Os deputados do Bloco de Esquerda que se reuniram esta segunda-feira com a administração da Fundação de Serralves encontraram abertura da parte da instituição para rever a nova política de preços. A abertura foi mostrada, por exemplo, em relação aos preços cobrados aos estudantes – que tinham entrada gratuita e passam a pagar cinco euros.

No final do encontro, Jorge Campos mostrou-se convicto quanto à possibilidade “da situação poder vir a modificar-se”, acrescentando: “parece-nos bastante positiva a posição de Serralves, no sentido de debater, de uma forma geral, tudo aquilo que diz respeito à estratégia da fundação para melhor servir a cidade e a cultura”.

De acordo com o deputado eleito pelo Porto, um dos motivos apontados pela fundação para alterar os preços praticados passa por razões orçamentais: “As dotações, neste momento, são exatamente iguais às que eram em 2003, portanto, há uma quebra significativa de financiamento”, declarou aos jornalistas.

Apesar de reconhecer essa debilidade, Jorge Campos considera que algumas das medidas em estudo não terão uma eficácia que permita colmatar as dificuldades que Serralves atravessa. Além disso, o partido classifica como “contraproducentes” essas medidas relativamente “àquilo que é a vida cultural da cidade”.

Sobre este assunto, o Bloco de Esquerda também dirigiu recentemente ao Governo algumas questões, através de diferentes ministérios, para saber que conhecimento têm da matéria e que posição assumiram ou vão assumir sobre o tema. Para o BE, numa perspetiva mais ampla, “a cultura está num estado de emergência”. Nesse sentido, afirmou ainda Jorge Campos aos jornalistas presentes: “Precisamos de medidas de curto-prazo”, rematou o deputado.

Desde o início de fevereiro que a Fundação de Serralves fixou o preço do bilhete nos 10 euros, mais 1,5 euros do que o valor até então cobrado. Os estudantes deixaram de ter entrada gratuita e, agora, só o primeiro domingo de cada mês vai ter entrada livre.

 

Artigo editado por Filipa Silva