Cerca de 30% dos jovens portugueses com 13 anos já experimentaram bebidas alcoólicas. A conclusão é de um estudo realizado por Fernanda Feijão, investigadora do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e de Dependência (SICAD), na sequência do relatório europeu, “European School Survey Project on Alcohol and Drugs/2015 (ESPAD)”.

Além deste dado, o estudo aponta para que 5% dos estudantes com 13 anos já se tenham alcoolizado pelo menos uma vez e 19% dos inquiridos já tenham consumido tabaco. O estudo revela ainda que 3,6% dos estudantes com 13 anos já consumiram cinco ou mais doses de álcool na mesma ocasião, o chamado “binge drinking”, sendo que são as raparigas quem mais o faz.

Tranquilizantes e drogas

Há ainda dados relativos ao consumo de tranquilizantes e drogas. As raparigas também são as que mais consomem tranquilizantes e/ou sedativos. O estudo aponta para que 15% dos jovens inquiridos, entre os 13 e os 18 anos, já o tenha feito, ou seja, 10% do universo masculino, contra 19% do feminino.

No entanto, é de ressalvar que a maioria dos medicamentos tomados pelos adolescentes são com prescrição médica. A droga mais consumida pelos adolescentes é o “cannabis”, com cerca de 17%. “Ecstasy”, anfetaminas ou cocaína representam apenas uma variação de 2% a 3% do consumo dos alunos do nsino público.

Jogos

O estudo realizado pela investigadora do SICAD aborda ainda a questão do jogo. O relatório revela que 5% dos estudantes com 13 anos usam a Internet para jogar a dinheiro. A percentagem sobe dois pontos nos estudantes dos 15 aos 18 anos.

Quanto a apostas fora da Internet, os mais novos são os que menos jogam, com 12% dos rapazes. As raspadinhas, lotarias, Totoloto e Euromilhões cativam os mais velhos, 28%. 

O Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco e Drogas e Outros Comportamentos Aditivos e Dependências realizado com o apoio da Direção Geral da Educação (DGE), SICAD e do Ministério da Saúde, contou com a colaboração de 1800 alunos do ensino básico e secundário. Tem representatividade em Portugal Continental e permite perceber que, apesar de relativamente a anos anteriores os números terem baixado, Portugal continua a estar acima da média europeia.

O objetivo passa agora por compreender os dados registados, numa tentativa de combater estas percentagens. O estudo volta a ser realizado daqui a quatro anos, em 2019.

 

Artigo editado por Sara Gerivaz