O número de óbitos provocados por cancro sofreu uma diminuição ligeira em Portugal, no ano de 2014. De acordo com o relatório, “Portugal – Doenças Oncológicas em Números 2015”, uma das maiores preocupações é o crescente número da taxa de mortalidade causada pelo cancro do colo-retal.

Segundo dados do relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS), “o cancro colo-retal é uma prioridade indesmentível, pelo aumento crescente e pela situação relativa do país”. Esse facto motiva o Programa Nacional para as Doenças Oncológicas a defender o alargamento dos rastreios a todo o país.

O cancro do pulmão, brônquios e traqueia é o que mais mata em Portugal, com 18.956 registos de óbitos na soma obtida entre 2010 e 2014. Apesar de Portugal ter um histórico de menor consumo de tabaco e situar-se abaixo da média europeia, na taxa de mortalidade, ainda morrem 10 pessoas por dia com esta doença.

Há maior incidência do cancro do pulmão na região dos Açores. Essa região apresenta o dobro da mortalidade em relação ao resto do país. A DGS acredita que este facto está relacionado com a menor taxação sobre o tabaco praticada no arquipélago. Por outro lado, as taxas de incidência do cancro do pulmão, no interior do país, são relativamente mais baixas. Também neste caso, o relatório associa o facto ao menor consumo de tabaco.

A mortalidade por cancro do colo do útero tem apresentado uma taxa decrescente, em paralelo com a diminuição da incidência. O sucesso dos programas de rastreio é evidente e atingiu em 2015 uma taxa de cobertura geográfica de 72%  com cobertura completa na região do Norte.

Ainda de acordo com o relatório da DGS, o número de cirurgias oncológicas tem aumentado. O estudo mostra ainda uma melhoria significativa no tempo de espera, de 92 para 71 dias, em média.

O documento prova que o consumo de medicamentos aumentou na quantidade em 4,5% e 9,8% nos custos associados, sobretudo nos fármacos novos.

As vítimas mortais das doenças oncológicas segundo os dados de 2010 a 2014 são de 76.951, ou seja, 42 pessoas por dia.

 

Artigo editado por Filipa Silva