Numa visita à Startup Lisboa, o primeiro-ministro António Costa anunciou uma estratégia nacional de apoio ao empreendedorismo, com a criação do projeto Startup Portugal. O programa foi revelado durante a inauguração do escritório da Uniplaces, em Lisboa, esta terça-feira.
O objetivo é, segundo primeiro-ministro, “criar condições para atrair capital, pessoas, talento, abrir mercados, criar condições e romper limitações administrativas para testar o que é novo”, como se pode ler no site do Governo.
O programa passa por pôr em prática 15 medidas: fiscais, de simplificação, de apoio, de financiamento, de atração de investigadores, fabricantes, investidores e promoção externa. “Cada uma daquelas medidas visa que cada boa ideia que surja se possa tornar numa boa empresa no futuro”, refere António Costa.
A sociedade de capital de risco Portugal Ventures ficará responsável pela aplicação, fiscalização e coordenação das 15 medidas do programa.
Francisco Tomé Costa, coordenador da plataforma Startups, faz um paralelismo entre a medida do Executivo e a aposta do governo chileno na Startup Chile, em 2010. “Na altura, o Startup Chile apostava muito no desenvolvimento das startups locais, com parcerias com startups estrangeiras. Tal resultou num investimento de startups estrangeiras que quiseram estar no Chile durante seis meses”, explica.
“Aqui o Governo não está diretamente a dar apoio financeiro, mas está a criar uma zona franca ao nível tecnológico”, acrescenta. O objetivo não é dar incentivos fiscais às empresas, mas adaptar a legislação e a regulamentação, no sentido de permitir e facilitar a inovação.
A zona franca tecnológica que o Governo se propõe a lançar, na opinião de Francisco Tomé Costa, “traz benefícios para as empresas inovadoras”.
Quanto à importância da estratégia, o coordenador da plataforma Startups defende que “todas as iniciativas que impliquem a geração de emprego, acabam por ter um retorno na economia do país”.
Um projeto que pode colocar “Portugal nos holofotes internacionais”
O lançamento das startups portuguesas ao nível internacional pode ser, nas palavras de Francisco Tomé Costa, “outro dos benefícios”.
“Ao meter Portugal nos holofotes internacionais, as empresas portuguesas terão, à partida, maior possibilidade de captação de investimento estrangeiro e depois, quando estas parcerias são criadas, geram-se sinergias entre ecossistemas diferentes do português”, acredita o coordenador da Startups.
A certeza é uma: “esta medida faz sentido”, defende. O sucesso da mesma, segundo Francisco, depende do “ impacto nos mercados internacionais e se Portugal consegue, primeiro, comunicar e, depois, perceber se os mercados internacionais vão apanhar esta ‘isca’ que o Governo está a criar”.
O local escolhido para o anúncio do Startup Portugal, Uniplaces, é um exemplo de uma startup que cresceu desde a sua fundação, em 2011. Antes, a empresa tinha 40 trabalhadores, em 2015 o número havia crescido para 130. O objetivo dos seus fundadores é, agora, torná-la a primeira startup portuguesa avaliada em mais de mil milhões de dólares.
O Governo quer promover o mesmo crescimento nas restantes startups portuguesas, com o programa Startup Portugal.
Artigo editado por Filipa Silva