“É uma medida totalmente errada, pois não são cinco euros por ano que fazem a diferença para ninguém, nem para entrar nem para sair do Ensino Superior”, afirmou o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), em comunicado.

Segundo o representante pelas universidades públicas, a melhor opção para manter os alunos com dificuldades económicas nas universidades é o reforço das verbas da ação social, subindo os escalões de atribuição e os montantes das bolsas. O congelamento das propinas não é uma opção a considerar.

O CRUP acrescenta, ainda, que todos os bolseiros recebem a verba necessária para o pagamento das propinas.

Na nota de imprensa, o CRUP indica que as universidades públicas merecem esta prova de confiança, visto que “têm sabido respeitar estritamente os seus orçamentos, e irão continuar a fazê-lo, contribuindo ao mesmo tempo de forma decisiva para o desenvolvimento do país”.

O CRUP aponta a proposta como de cariz generalista, pois “não tem em conta a realidade específica das universidades”, que é muito contrastante.

O comunicado menciona que as propostas representam uma clara redução da autonomia universitária, “retomando assim as políticas restritivas dos anos anteriores, em contradição com as afirmações políticas de fim dos cortes orçamentais e de reforço da capacidade de decisão das instituições de Ensino Superior”.

O JPN ouviu o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), José Dias, que foi o responsável pela carta enviada ao Ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior que apela ao bloqueio do aumento das propinas. O presidente da AAC afirma que a reação do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas já era previsível: “As instituições vivem, ainda, restrições financeiras um bocado graves e é por isso que qualquer financiamento extra é bem-vindo por para os reitores”.

O dirigente da ACC reafirma, também, que a vontade da associação é substituir o financiamento das famílias para o financiamento do Estado.

O JPN contactou o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores (CCISP) e o presidente João Mourato explicou que esta sexta-feira vai decorrer uma reunião para discutir o assunto.

Artigo editado por Sara Gerivaz