A Universidade do Porto (UP) celebra 105 anos de existência. A instituição, formalmente constituída a 22 de março de 1911, teve um crescimento condicionado durante o Estado Novo. Em pleno século XXI, conta com 14 faculdades, 50 unidades de investigação e cerca de 30 mil estudantes. Números que deixam o reitor satisfeito: “Somos tão grandes que era impossível ter maior dimensão”.

Mas antes de Sebastião Feyo de Azevedo falou Paul Symington na abertura da sessão solene comemorativa que esta terça-feira teve lugar na Reitoria. O vice-presidente do Conselho Geral da UP acredita que “o futuro do país depende do mérito do Ensino Superior”. Reforçou ainda que um dos maiores problemas que o ensino enfrenta é o financiamento, ou a falta dele. O vice-presidente passou a palavra a Daniel Freitas, com a ideia que só “uma voz bem forte” poderá garantir a excelência do ensino.

O representante dos estudantes da academia do Porto, Daniel Freitas frisou que “é necessário refletir sobre o abandono escolar no Ensino Superior” – assunto que serve, aliás, de mote a uma campanha anunciada esta segunda-feira pelo Movimento Associativo Nacional.

O presidente da Federação Académica do Porto (FAP) não esqueceu o polémico assunto da manutenção do valor da propina e frisou ainda que é preciso uma “reorganização séria do Ensino Superior”. Palavras que foram escutadas e aplaudidas pela plateia presente. O reitor não ficou indiferente ao discurso e referiu mesmo que tinha tirado algumas notas.

Sebastião Feyo de Azevedo, reitor da UP, louvou no seu discurso a presença de David Justino, presidente do Conselho Nacional de Educação, que foi o orador convidado para as celebrações do 105º aniversário da UP. O também antigo assessor dos Assuntos Sociais de Cavaco Silva falou da valorização do conhecimento. “Tenho o hábito de dizer aos meus alunos que são uns sortudos. Não por serem meus alunos, mas pelo privilégio de viverem na época de uma tremenda evolução tecnológica”, confessou.

“Nós temos os melhores estudantes de Portugal”, declarou o reitor da UP, que falou das metas já alcançadas durantes o seu mandato. Para Feyo de Azevedo, o mérito da universidade que comanda “é resultado de todos”. Uma universidade que “vai resistindo à situação do país” ciente de que é através da competitividade que se autonomiza o Ensino Superior.

Durante a cerimónia houve ainda espaço para a entrega de vários prémios. O prémio Incentivo visa distinguir os melhores estudantes do primeiro ano de cada faculdade. A cidadania ativa foi também premiada nas vertentes humanitária, pedagógica e de empreendedorismo. O corpo docente não foi esquecido. O prémio Professor Emérito foi atribuído a professores jubilados e reformados que prestaram um especial contributo à UP. Ao professor José Fernando Gonçalves, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), foi entregue o galardão de Excelência Pedagógica.

 

Artigo editado por Filipa Silva