Crónicas da Atlântida é o nome do projeto documental do fotojornalista da National Geographic e líder de viagens-aventura Nomad António Luís Campos.

Neste projeto, que demorou dois anos a ser concluído, o fotógrafo percorreu o arquipélago dos Açores e captou o quotidiano das suas gentes, embarcando numa viagem visual nas nove ilhas açorianas.

“Sou apaixonado pelo arquipélago há já muitos anos e a ideia foi mostrar um bocadinho de uns Açores diferentes porque o que vem cá para fora é sobretudo a parte das paisagens, que são fantásticas, mas os Açores não são apenas isso: há uma componente humana e cultural muito forte e era isso que eu gostava de mostrar”, contou o fotojornalista ao JPN.

António Luís Campos conjuga a fotografia, a escrita de viagem e a multimédia para contar as histórias que partem da diversidade cultural que encontra nas gentes açorianas.

Desmistificar certas coisas que nem sempre correspondem à realidade e mostrar que se faz “uma vida bastante interessante nos Açores”, faz também parte dos objetivos deste projeto.

Quando questionado sobre qual das inúmeras histórias que contou lhe vem imediatamente à cabeça, as lembranças transportam o fotógrafo para a Ilha das Flores.

“Há uma história na Ilha das Flores de uma menina que se chama Gaia que é filha de pais franceses. Foi a primeira criança a nascer na ilha há muitos anos porque atualmente as grávidas, como não há maternidade lá, têm que se deslocar às ilhas principais com semanas de antecedência. Os pais da Gaia optaram por um parto domiciliário. Foi daquelas histórias que mostram o quão especial são os Açores e que uma coisa que cá no continente é dada como garantida – ter uma maternidade a poucos minutos de distância – lá são horas largas para se chegar a uma maternidade”, acrescentou.

Numa palestra aberta ao público e cuja entrada é livre, marcada para 1 de abril no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto, o mais recente projeto documental de António Luís Campos vai contar com a apresentação de fotografias das visitas realizadas ao arquipélago Açoriano.

A apresentação vai contar ainda com alguns conteúdos provenientes dos bastidores das inúmeras viagens que fez aos Açores e com a partilha por parte de António Luís Campos de algumas das estórias que mais impacto tiveram no trabalho do fotojornalista.

“A ideia é mostramos histórias na primeira pessoa que de outra forma não podiam ser partilhadas. Contar em discurso direto a experiência que vivi como jornalista é o objetivo desta palestra”, remata.

 

Artigo editado por Filipa Silva