Radovan Karadžić, antigo chefe político dos sérvios bósnios, foi condenado a 40 anos de prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

A audiência decorreu esta quinta-feira e nela foi pronunciada a decisão de considerar o sérvio, atualmente com 70 anos, culpado em dez das 11 acusações que lhe foram atribuídas.

O genocídio de Srebrenica e o cerco de Sarajevo são alguns dos crimes de guerra e contra a Humanidade orquestrados por Karadžić durante a guerra dos Balcãs, entre 1992 e 1995.

Oito anos depois de ter sido capturado em Belgrado, após mais de uma década em fuga, o tribunal das Nações Unidas concluiu um longo processo judicial contra o fundador da Republika Srpska.

Esta quinta-feira, em Haia (Holanda), Radovan Karadžić esteve sereno durante os cem minutos de leitura de veredito pelo juíz. Optou por se defender a si próprio, não tendo um advogado ao seu lado. Apenas se mostrou tenso, com os braços ao longo do corpo, quando se levantou para lhe ser comunicada a decisão final.

“Radovan Karadžić, o tribunal condena-o a 40 anos de prisão”, foram estas as palavras proferidas pelo juiz sul-coreano, Gon Kwon.

Há dez anos, Milomir Stakić foi, também ele, condenado a 40 anos de detenção. Também por crimes de guerra na Jugoslávia, Goran Jelisić recebeu uma pena com a mesma duração. Radislav Krstić, Milan Martić e Drago Nikolić estão a cumprir, cada um, 35 anos de prisão.

Mais de vinte anos depois do fim da guerra dos Balcãs, o Tribunal Penal Internacional conclui o maior processo da sua existência e fecha aquela que é considerada por muitos como a página mais negra da Europa pós-Segunda Guerra Mundial.

 

Artigo editado por Filipa Silva