No Orçamento de Estado 2016, promulgado na passada segunda-feira por Marcelo Rebelo de Sousa, está prevista a isenção de taxas moderadoras nas urgências e centros de saúde para dadores de sangue e bombeiros. A medida entra em vigor a partir desta quinta-feira.

Esta medida vai abranger cerca de 126 mil pessoas e o objetivo é triplicar o número de dádivas registadas no ano passado.

Os dadores de sangue, bem como os bombeiros, deixaram de ficar isentos do pagamento de taxas moderadoras nos hospitais – mantiveram-na apenas nos centros de saúde – em finais de 2011, por decisão do então ministro da Saúde, Paulo Macedo.

Reflexos no número de dádivas

Adalberto Moreira do Vale, de 47 anos diz já não doar sangue há cerca de dois anos, porque apesar de ter começado a fazê-lo para poder “salvar vidas”, sentiu-se indignado não só pelo corte da isenção da taxa mas também porque há cerca de dois anos, da última vez que foi doar sangue, nem alimentos estavam a garantir aos dadores após a colheita, condição necessária para que os dadores não coloquem a sua saúde em risco.

Marina Ferreira, de 22 é dadora desde que atingiu a maioridade e diz tê-lo feito para “contribuir para viver num mundo em que ninguém tivesse de morrer porque nenhum outro ser humano foi capaz de fazer algo tão simples como dar sangue para o ajudar.”

A questão das taxas moderadoras parecem não importar a esta jovem porque não é isso que a “move a doar sangue”. Contudo diz concordar com esta alteração, uma vez que muitas pessoas deixaram de doar a estudante considera que “têm de haver alguns benefícios que as cativem, quer sejam económicos ou sociais”.

Para que os dadores tenham direito à isenção de taxas moderadoras têm que doar sangue pelo menos duas vezes por ano.

 

Artigo editado por Filipa Silva