Rui Moreira e Paulo Cafôfo, autarcas do Porto e do Funchal, estiveram reunidos esta quinta-feira na Casa do Roseiral, no Porto, para discutir temas como o turismo e ligações aéreas. No final, em declarações aos jornalistas, o madeirense deu nota de apoiar Rui Moreira nas críticas que o autarca do Porto tem feito à TAP ao considerar que o turismo, setor “essencial” para o Funchal, depende de transportes, sobretudo aéreos.
Paulo Cafôfo foi contundente: “O que se verifica hoje em dia, tanto no Porto como na Madeira, é um estrangulamento da economia por parte da TAP”, afirmou.
Ainda na “guerra séria” entre o presidente da Câmara Municipal do Porto e a TAP, Rui Moreira vincou que considera que a TAP é “a única companhia aérea subsidiada”. A frase surge em resposta às declarações de Fernando Pinto, presidente da TAP. O responsável pela companhia aérea levantou, em entrevista ao JN, publicada esta quinta-feira, a questão dos apoios às companhias de baixo custo: “novos voos da Ryanair têm subsídios públicos que a TAP não tem”, afirmou o empresário.
Rui Moreira rebate a ideia: “Há uma única companhia aérea que tenho a certeza que é subsidiada. A TAP é subsidiada por todos nós. Todos somos garantes da sua dívida e essa é a maior subsidiação. Estamos a subsidiar, nomeadamente, uma atividade no Brasil que já custou aos cofres da TAP 500 milhões de euros”. O autarca garantiu que o Porto nunca subsidiou companhias aéreas e que Paulo Cafôfo lhe confirmou que a Câmara do Funchal também “nunca pagou a nenhuma”.
À margem da polémica com a transportadora aérea portuguesa, o autarca portuense falou também do amadurecimento do setor turístico do Porto e da Madeira. Rui Moreira considera que Porto e Madeira têm de ter “a capacidade de preparar” as cidades para o turismo, reiterando no entanto que o setor “tem de saber conviver com os cidadãos”.
O presidente da Câmara do Porto está a “ponderar a aplicação” de uma taxa turística na cidade, como já se pratica em Lisboa. Para tal, considera ser necessário analisar a “maturidade do mercado” e garante: “Para ser uma taxa turística que depois é consumida na burocracia que nós próprios criamos, não vale a pena”.
Artigo editado por Filipa Silva