Portugal vai ter um Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos, criado por colaboração dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) e da Saúde.

O projeto, anunciado pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes a 23 de março, e confirmado em conselho de ministros no dia seguinte, encontra-se numa fase muito inicial.

Manuel Sobrinho Simões, diretor do IPATIMUP, foi nomeado para presidir a este conselho.

Comunicado do conselho de ministros de 24 de março

“No domínio da articulação entre a ciência e a saúde, o Conselho de Ministros aprovou a criação de um «Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos», uma estrutura integrada de assistência, ensino e investigação médica, associando escolas médicas a centros hospitalares e unidades de investigação, que tem como principal objetivo o avanço e a aplicação do conhecimento e da evidência científica para a melhoria da saúde”.

O pré-anúncio da criação de um Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos desperta grande expectativa no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). “Esperamos muitas oportunidades que saberemos cumprir e com as quais vamos dignificar o hospital, significa isso dignificar a Medicina praticada e dignificar o país”, revelou ao JPN o presidente, José Martins Nunes, que lidera também o Centro Académico Clínico de Coimbra.

Para o médico, a criação do conselho vai ao encontro das linhas orientadoras do Governo e acompanha a afirmação dos “clusters” ao nível europeu e mundial.

Caracterizando os hospitais universitários com uma tripla função de ensino, investigação e assistência, trata-se de “uma organização ‘win-win’, em que todos ganham”, opina.

O antigo secretário de Estado na área da Saúde destaca a necessidade de os hospitais e universidades procurarem o desenvolvimento e a inovação, em prol da qualidade da assistência aos utentes.

Defende também que apesar de Portugal ser um país pequeno, não deixa de ser emergente e tem um “património enorme” na área científica. Haver uma coordenação entre os centros, para todos conhecerem as oportunidades existentes no país é uma vantagem não só para os hospitais, mas também para a economia nacional e para o país, explica Martins Nunes ao JPN.

O CHUC tem uma experiência de internacionalização que culminou, segundo o presidente, com a integração na rede M8Alliance, “a mais prestigiada aliança do mundo de hospitais universitários”. Daí, deposita “grande esperança” no projeto e deseja ao futuro conselho “votos de muito sucesso, porque o sucesso desta coordenação é também dos vários centros académicos e um sucesso do país”, prevê.

O atual ministro da saúde, Adalberto Campos Fernandes declarou que à criação do Conselho se atribui uma “ambição de excelência, capaz de criar centros de atratividade que visem a sustentabilidade não apenas económica, mas também científica do sistema”. As palavras foram ditas na cerimónia da tomada de posse do Centro Clínico Académico de Coimbra, a 23 de março.

O presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra completou, dizendo que “nesse Conselho todos teriam de dar um contributo forte, importante e interessante”, segundo o próprio ministro.

Manuel Sobrinho Simões, presidente nomeado, preferiu não dar declarações numa fase tão embrionária do processo.

Os sete centros académicos clínicos já existentes em Portugal vão ser membros do Conselho Nacional de Centros Académicos Clínicos, aos quais se vai juntar também o centro da Beira Interior, ainda por criar.

 

Artigo editado por Filipa Silva