A iniciativa do Teatro Art’Imagem vai trazer, de 22 de abril a 1 de maio, dez dias de teatro, dança, música, exposições, encontros e tertúlias às cidades do Porto e da Maia. A 35ª edição do festival internacional de teatro do Porto vai ter lugar nos Jardins da Casa das Artes e no Salão Nobre da Junta de Freguesia do Bonfim. Na Maia, o “Fazer a Festa” encontra a sua casa na Quinta da Caverneira, em Águas Santas.

O “Fazer a Festa” de 2016 reduziu para mais de metade o número de companhias de teatro profissionais participantes em relação ao ano passado, colaborando com apenas oito: cinco nacionais e três provenientes da Galiza, Brasil e Cabo Verde. No total, são 17 as representações do festival.

Numa conferência de imprensa conduzida, esta quinta-feira, pelo diretor artístico do Teatro Art’Imagem, José Leitão, foram feitas críticas à Câmara Municipal do Porto (CMP), a qual não apoia o festival há três anos consecutivos. José Leitão lamenta a decisão da autarquia e afirma que o “Fazer a Festa” tem sido um “festival de resistência autêntica, à procura de melhores dias”.

“Somos o único festival internacional de teatro do Porto que não está incluído nas atividades culturais da Câmara Municipal”, refere o diretor da organização do evento. Mas nem por isso o Teatro Art’Imagem mostrou desânimo face à falta de apoios: “Estamos fartos de fazer festivais de resistência, queremos fazer festivais artísticos que tenham em conta as novas realidades”, garante José Leitão.

Além das críticas à autarquia portuense, José Leitão anunciou ainda que a Câmara Municipal de Matosinhos deixou de apoiar o festival e que a programação do “Fazer a Festa” deste ano ficou afetada pelo parco leque de parceiros que apoiam o evento.

O festival internacional de teatro conta anualmente com um orçamento de 65 mil euros, dos quais 15 mil foram destinados à realização do evento. O restante é canalizado para os artistas. O financiamento provém do apoio da Direção-Geral das Artes (DGArtes) em mais de 12 mil euros, do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e de outras entidades como a Câmara Municipal da Maia e a Direção Regional da Cultura do Norte, entre outras.

A direção do Teatro Art’Imagem admitiu que a programação conseguida se deve, principalmente, à relação de cumplicidade das companhias e artistas participantes no festival. Durante a conferência de imprensa, José Leitão afirmou que a companhia de teatro vai tentar obter o apoio da Câmara do Porto na próxima edição do festival e que o Teatro Art’Imagem vai ter um novo nome na frente da sua direção artística: Pedro Carvalho.

Programação inclui reflexão sobre futuro do festival

Quanto à programação do “Fazer a Festa” para este ano, o festival vai arrancar com uma exposição que se vai manter até ao fecho do evento, no Dia do Trabalhador, no Teatro Carlos Alberto. “Para Lá da Memória dos 35 anos do Fazer a Festa – Autópsia de um Festival” é o nome da exposição que José Leitão aponta como sendo uma “autópsia a algo que ainda está vivo”.

Em destaque está também o encontro aberto do dia 24 de abril, na Junta de Freguesia de Bonfim. “Chegados aqui, que fazer?” é a questão que o diretor do Teatro Art’Imagem coloca a quem quiser responder. José Leitão salienta que esta reflexão pública acerca do futuro do “Fazer a Festa” vai ser um dos momentos mais marcantes da 35ª edição do festival.

Esta edição de “Fazer a Festa” vai homenagear o crítico de teatro Manuel João Gomes e o ator e recitador Mário Viegas e dar a conhecer outros festivais internacionais de teatro ao Porto e ao país.

A 35ª edição do festival internacional de teatro promete leituras de peças, contos, espetáculos de rua, tertúlias performativas e a “apresentação ao público e à comunidade artística da cidade de uma sala de teatro da Galiza e de uma associação de festivais portugueses de teatro”.

A programação completa do evento pode ser consultada aqui.

 

Artigo editado por Filipa Silva