A Fundação da Juventude (FJ) abriu esta terça-feira as candidaturas aos estudantes para a 24ª edição do Programa de Estágios de Jovens Estudantes do Ensino Superior nas Empresas (PEJENE), em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e ainda com a Tranquilidade.

O programa, de âmbito nacional, pretende oferecer oportunidades em todas as áreas académicas e é destinado a jovens a frequentar o penúltimo ou último anos do Ensino Superior (licenciatura, mestrado de Bolonha, mestrado integrado), em estabelecimentos de ensino públicos, privados e/ou cooperativos. Os estágios não são remunerados, mas contam com a garantia de subsídio de alimentação, subsídio de transporte e um seguro de acidentes pessoais durante os dois a três meses de duração, entre julho e setembro.

Ricardo Carvalho, presidente executivo da Fundação da Juventude considera que estes são estágios “diferentes” e que o objetivo é “que os jovens melhorem as suas competências sociais e técnicas”. “É o único programa em Portugal do género”, frisa.

A primeira fase da edição de 2016 recolheu candidaturas de empresas e outras entidades interessadas em receber estagiários e terminou a 8 de abril. A partir desta terça-feira, foram divulgadas as listas de estágios. Os estudantes universitários podem concorrer através de um formulário “online” a um máximo de quatro vagas de estágio.

O dirigente da Fundação da Juventude explicou o processo da candidatura: “Os estudantes devem enviar os dados pessoais, curriculares e académicos. Depois a seleção fica a cargo das empresas porque a plataforma está desenvolvida para que haja um ‘match’ entre a oferta e a procura”.

“Quando as empresas recebem quatro currículos para uma candidatura, esta fecha. A empresa avalia esses candidatos e depois ou seleciona desses candidatos ou, caso estes não preencham os requisitos, as vagas voltam a estar abertas”, continua Ricardo Carvalho.

Assim sendo, “não existe um prazo final de candidatura”, mas os interessados devem ser rápidos pois, de acordo com o presidente, “há entidades que despertam mais interesse por parte dos jovens por isso é de facto importante que os jovens enviem as suas candidaturas”.
A nível nacional, a edição deste ano conta com 975 vagas em 693 entidades de acolhimento. Os distritos com maior oferta são o Porto (190), Lisboa (188), Aveiro (107) e Leiria (88). Já as áreas mais disponíveis são o Marketing (62), Administrativa (52) e a Animação Sociocultural (47).

Guia para candidatos no distrito do Porto

O distrito do Porto, com 190 vagas em 67 empresas ou entidades, é o distrito do país com mais oportunidades para os jovens. Posições em departamentos de Contabilidade, Gestão, Recursos Humanos, Marketing, Informática Comercial são as mais comuns no distrito.

Por outro lado, áreas como a Psicologia, Matemática, Multimédia, História, Enfermagem ou Direito não contemplam oportunidades de estágio para estudantes no distrito do Porto.

Do lado das empresas ou entidades, o Instituto Profissional do Terço é o “campeão da oferta”, com 12 vagas para estágios de verão, seguido da Mota-Engil (sete), Sierra (seis) e Porto Comercial (seis).

“O nosso grande desafio é que os jovens preencham as vagas”

Ainda há um longo caminho a percorrer da parte dos jovens verem como uma mais valia este tipo de estágios, mesmo sendo no seu tempo de férias”, considera Ricardo Carvalho. A verdade, revela o dirigente, é que apesar da grande procura de estágios nas empresas mais conhecidas, todos os anos ficam vagas por preencher.

“Este ano temos mais vagas e mais entidades de acolhimento e queríamos superar o número de estágios concretizados no ano passado, cerca de 450 estágios. Temos expectativa de crescer em número de estágios concretizados”, indica Ricardo Carvalho. Em 2015 a oferta contemplava 911 vagas, sendo que ficaram 461 por preencher.

Apesar do enfoque dos estágios ser a aprendizagem, o programa apresenta uma taxa de empregabilidade entre “15 e 20% ou seja, todos os anos há uma série de jovens que ou são contratados para estágios profissionais ou ficam com contrato de trabalho”.

Artigo editado por Sara Gerivaz