Uma delegação de membros da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) reuniu-se esta terça-feira ao início da tarde com Nuno Dala com vista a pôr fim à greve de fome que o mesmo levava há 34 dias. De acordo com uma mensagem partilhada pelo dirigente do partido, Raúl Danda, o objetivo terá sido cumprido. Na sequência de um apelo “enquanto mães”, por parte das deputadas da UNITA que o visitaram, Dala terá renunciado à greve de fome.

Ao JPN, Raquel Chiteculo, mulher de Nuno Dala, afirmou não ter ainda uma confirmação sobre o assunto. A esposa do ativista vai amanhã visitar Nuno Dala e só aí saberá com certeza a veracidade da informação.

O JPN ouviu ainda Nelson Pestana, membro do partido Bloco Democrático, que avançou que Justino Pinto de Andrade, presidente do BD, recebeu do ministro do Interior de Angola, Ângelo Tavares, a confirmação da informação, acrescentando que Nuno Dala vai fazer uma série de exames esta quarta-feira na Girassol, a clínica privada em que Luaty Beirão esteve internado. Terá sido ainda assegurado a Nuno Dala a restituição dos bens que reclamava.

Nelson Pestana alude, contudo, a algumas “contradições” na informação, dando conta que a irmã de Nuno Dala terá recebido uma mensagem com a informação de que o ativista tinha ficado de pensar na proposta da UNITA e ainda não a teria aceite.

A visita segundo Raúl Danda

No início da tarde desta terça-feira, Nuno Dala recebeu, no hospital-prisão de São Paulo, uma delegação constituída por quatro deputados do grupo parlamentar da UNITA.  O presidente Raúl Danda e os deputados Anita Raquel Filipe, Maria de Luísa Andrade e Elioth Ekolelo começaram por reunir com o diretor do Serviço Penitenciário de Angola, António Fortunato, que já tinha tentado “demover” Dala da greve de fome, segundo declarações do próprio à Lusa. No seguimento dessa reunião, deputados da UNITA e agentes prisionais encontraram-se com o ativista condenado a quatro anos e seis meses de prisão, para ouvirem as suas “queixas” contra o regime.

De acordo com Raúl Danda, o ativista apresentava-se “fisicamente fraco, mas moralmente forte e bastante lúcido”.

Nuno Dala completa esta terça-feira 34 dias de greve de fome. O quadro clínico do professor universitário de 31 anos agravou-se com o diagnóstico de paludismo e de perturbações pulmonares, que se juntam a outras patologias.

A greve de fome que Nuno Dala, um dos arguidos do processo 15+2, iniciou a 10 de março pode trazer-lhe “lesões irreversíveis”, segundo os médicos.

 

Artigo corrigido às 15h17 do dia 14 de abril de 2016. O presidente do Bloco Democrático chama-se Justino Pinto de Andrade e não Filomeno Vieira Lopes conforme inicialmente mencionado.

Artigo editado por Filipa Silva