A pouco mais de um mês do início da próxima edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, os curadores e agentes das exposições portuguesas que estiveram presentes no principal evento de arquitetura do mundo desde 2004, reuniram-se esta quinta-feira, no Porto.

O objetivo foi refletir sobre o papel destas exposições para a “dinâmica de representação cultural nacional” e a forma como a arquitetura portuguesa é “apresentada e exposta ao público internacional”.

O simpósio “Bienal de Arquitetura de Veneza: as exposições portuguesas [2004-2016], decorreu no Teatro Rivoli e foi organizado pelos cursos de Mestrado e Doutoramento em Museologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e pelo Centro de Investigação Transdisciplinar “Cultura, Espaço e Memória” (CITCEM), em parceria com as Faculdades de Belas Artes (FBAUP) e de Arquitetura (FAUP) do Porto.

Luís Tavares Pereira, um dos curadores da exposição “Metaflux”, que esteve na Bienal de Veneza em 2004, defendeu que o evento é importante para estabelecer relações internacionais: “A Bienal de Arquitetura de Veneza é fundamental para estabelecer contactos e trocar informações”.

Exposições portuguesas na Bienal de Arquitetura de Veneza

2004 – Metaflux: Duas gerações na arquitetura portuguesa recente
Curadoria: Pedro Gadanho e Luís Tavares Pereira

2006 – Lisboscópio
Curadoria: Cláudia Taborda

2008 – Cá fora: Arquitetura Desassossegada
Curadoria: Joaquim Moreno e José Gil

2010 – No place like: 4 houses, 4 films
Curadoria: Delfim Sardo, José Mateus, Rita Palma e Júlia Albani

2012 – Lisbon Ground
Curadoria: Inês Lobo

2014 – Homeland: News from Portugal
Curadoria: Pedro Campos Costa

2016– Neighbourhood: Where Alvaro meets Aldo
Curadoria: Nuno Grande e Roberto Cremascoli

Para o antigo vice-presidente da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN) “faz todo o sentido investir na presença na Bienal de Veneza e depois rentabilizar” o trabalho noutros espaços. Foi precisamente o que aconteceu com a exposição “Metaflux”. O projeto, que apresentou duas gerações de arquitetos portugueses e demonstrou mudanças nas práticas da arquitetura portuguesa, esteve em Lisboa, Brasil e Aveiro depois de exposto na Bienal de Veneza.

Também Júlia Albani, uma das curadoras de “No place like: 4 houses, 4 films”, projeto exposto em Veneza em 2010, salientou a importância da Bienal de Arquitetura de Veneza, nomeadamente para uma maior “atenção e relevância do património arquitetónico português” e na afirmação “dos arquitetos portugueses, não só os grandes”. Presente em Veneza em 2010, “No place like: 4 houses, 4 films” selecionou quatro projetos de habitação em Portugal – Bairro da Bouça, Casa da Comporta, Casa Candeias e a habitação no bairro de Campo de Ourique.

Desde 2004, foram seis as exposições que representaram a produção arquitetónica portuguesa em Veneza. Em maio de 2016, altura em que se inicia mais uma edição da Bienal de Veneza, vai acontecer a sétima intitulada “Neighbourhood- Where Alvaro meets Aldo”.

 

Artigo editado por Filipa Silva