A ANTRAL e a Federação Portuguesa do Taxi, as duas associações que representam o setor, organizaram para esta sexta-feira uma marcha lenta contra a UBER. O protesto contra aquilo que consideram ser “concorrência desleal” vai acontecer em três cidades do país: Porto, Lisboa e Faro.

No Porto, a concentração vai ser entre as 8h00 e as 9h00 da manhã no Castelo do Queijo e vai seguir pela Avenida Brasil, Praça do Infante, Rua Mouzinho da Silveira, Rua de Sá da Bandeira, até chegar à Praça da Liberdade. De acordo com o vice-presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), a marcha deverá durar cerca de hora e meia e deverá “decorrer ordeiramente”.

Ao JPN, José Monteiro mostrou que os taxistas têm o “direito à indignação e à manifestação como qualquer outra classe” e que o interesse maior é o “serviço público”.

O responsável da Antral afirmou que o objetivo da marcha é “fazer cumprir as duas decisões do tribunal que proibiram o funcionamento da UBER em Portugal” nos moldes atuais. José Monteiro disse ainda que os taxistas não estão contra a tecnológica e que apenas “querem que seja cumprida a lei.”

Em relação ao investimento de 17 milhões de euros para o melhoramento do serviço dos táxis que o Governo anunciou em março, José Monteiro mostrou-se cético e afirmou que “já há 13 anos o mesmo tinha sido prometido e até agora nada”. O dirigente da ANTRAL do Porto afirmou que o que acontece é que o pacote de dez medidas anunciado “poderá ter um impacto equivalente a 17 milhões”, acrescentando  que esse investimento “não pode ser ligado à questão da UBER”, porque “já há muito tempo que o setor devia ter sido reconvertido”.

A UBER assume-se “não como um operador de transporte, mas sim como uma plataforma de tecnologia que liga pessoas a prestadores de serviços de transporte (…) licenciados para desempenhar essas atividades e que já as faziam antes da chegada da UBER ao mercado”. Em comunicado emitido pela empresa, a UBER não concorda com o argumento da ilegalidade por não existitem regras legais em Portugal que limitem ou restrinjam serviços de intermediação eletrónica”.

A plataforma tecnológica acrescenta ainda que “as medidas cautelares que foram decretadas por um tribunal em Portugal não vinculam a operação no país”.

 

Artigo editado por Filipa Silva