Dirigido a todas as organizações públicas e privadas, autarquias, empresas e organizações do terceiro setor, a Universidade de Aveiro (UA) lança o desafio de tornar a bicicleta num meio de transporte regular. Seja em deslocações para a escola ou para o trabalho, a iniciativa “Compromisso pela Bicicleta” (CPB) pretende abranger o maior número de pessoas e instituições.

No seguimento da criação da Plataforma Tecnológica da Bicicleta e Mobilidade Suave, uma iniciativa da UA, o CPB resulta numa campanha de sensibilização que pretende estreitar as relações com instituições e entidades que atuam na área. Algumas das missões protagonizadas pelo projeto são aumentar em 10% a quota modal da bicicleta, reduzir em 10% o número de deslocações em veículo individual e diminuir as emissões e a dependência energética dos combustíveis fósseis.

Os objetivos do Compromisso pela Bicicleta estão bem assentes, mas José Carlos Mota, um dos rostos que encabeçam a nova iniciativa do CPB, sublinha que o principal trabalho é “complementar as iniciativas mais duras de grandes infraestruturas, com medidas de incentivo e sensibilização”.

O coordenador da Plataforma Tecnológica da Bicicleta da UA refere uma função de “mindware” da iniciativa em acréscimo à “parte hardware que são os grandes investimentos públicos”. “Queremos trabalhar na mudança de mentalidade das pessoas, das organizações e também criar pequenos estímulos para que as pessoas possam passar a usar a bicicleta como meio de transporte”, defende o professor.

José Carlos Mota explica a atividade do CPB como “um menu com atividades e pistas de ações que as instituições podem desenvolver”. O coordenador do projeto salienta: “Não queremos inventar a roda. Isto é um trabalho de juntar esforços”.

O Compromisso pela Bicicleta nasceu, segundo José Carlos Mota, da vontade de “juntar um conjunto de microiniciativas que, todas juntas, possam fazer uma pequena mudança na mentalidade das pessoas que usam outros meios de transporte e possam equacionar o uso da bicicleta”.

A adesão ao compromisso, concretizado num “site“, conta já com mais de 100 subscrições, das quais 15 são por parte de autarquias e 46 por parte de empresas.

O CPB é uma iniciativa em parceria com a Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas (ABIMOTA), com a Federação Portuguesa do Ciclismo (FPC), com a Federação Portuguesa do Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), com a Associação para Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) e com a Ciclaveiro.

O professor universitário acrescentou, aos parceiros referidos, “parcerias com instituições de administração pública que tutelam a gestão da mobilidade, do território e da segurança rodoviária”. José Carlos Mota disse ao JPN que o “projeto partiu do diálogo com estas instituições”.