A poucos dias do Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa visitar Moçambique, o clima no país é de muita tensão.

Os protestos marcados entre os dias 3 a 7 de maio pretendem paralisar o país. Na mesma altura o presidente, Marcelo Rebelo de Sousa vai estar de visita a Moçambique.

Em comunicado de imprensa esta quinta-feira, o primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, revelou estar ciente da crise económica que o país atravessa: “A nossa economia tem uma baixa base de produtiva, o nosso consumo não é satisfeito, em grande medida, pela produção nacional e, por isso, temos que recorrer às importações, donativos e dívidas. Este é o principal problema da nossa economia, consumimos mais do que produzimos”, sublinhou.

Por outro lado, a contestação advém do facto do Governo ter contraído empréstimos para a compra de armamento militar e ter escondido esses valores das contas públicas.

O Governo moçambicano admitiu a existência de uma dívida de 1,4 mil milhões de dólares – cerca 1,25 mil milhões de euros -, justificando com razões de segurança de infra-estruturas estratégicas do país.

O caso envolve a Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), que serviu de pretexto ao Governo para pedir empréstimos a entidades como o FMI e o Banco Mundial, alegando que injetava o capital na empresa estatal, o que mais tarde se provou ser falso.

Face a esta situação, o Fundo Monetário Internacional (FMI)  recusou o último empréstimo que as autoridades moçambicanas pediram. De igual modo procedeu o Banco Mundial empurrando mais uma vez Moçambique para uma situação económica debilitada.

De um lado, os manifestantes, do outro a PRM

O clima de tensão em Maputo reflete-se no aparato policial, o qual terá intimidado aqueles que planeavam manifestar-se nas ruas já esta sexta-feira e sábado.

Em comunicado de imprensa, o Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) alertou para a necessidade de respeitar a Constituição: “O exercício do direito de reunião e de manifestação em Moçambique, obedece a regras e princípios legalmente estatuídos”.

A PRM acrescenta que “no quadro das competências que lhe são atribuídas por lei e atenta às informações que circulam, irá como sempre, intervir no sentido de garantir que quaisquer que sejam os comportamentos não ponham em causa a ordem, segurança e tranquilidade públicas.”

Em declarações ao JPN, a assessoria de Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que não vai haver alterações no que diz respeito às datas e aos planos da visita do presidente de Portugal a Moçambique.

A “manutenção das boas relações” com o país da África Austral, é o principal objetivo da visita. A agenda da visita de Marcelo vai ser tornada pública este sábado.

 

Artigo editado por Filipa Silva