A terça-feira da semana académica no Porto é sempre especial para os estudantes. De tarde o cortejo, pela noite a festa no Queimódromo, onde este ano Ana Malhoa e Quim Barreiros se prepararam para fazer dançar e gritar as cerca de 30 mil pessoas que marcaram presença.

“O Porto é sexy” foi um dos motes de Ana Malhoa para o concerto inserido na “Futura Tour”, no qual fez saltar inúmeras bengalas ao som do “tropical urbano”. E não só. Energia, empatia com o público, vários géneros e idiomas misturados – com um tema ímpar de reggeaton e fado –  marcaram o concerto da artista de 37 anos que atravessa uma das fases mais mediáticas da sua carreira musical.

A lisboeta atuou pela primeira vez na noite académica do Porto. No final do concerto, em conversa com os jornalistas, revelou acreditar que algumas das suas novas músicas já podiam ser consideradas “hits”, tal era a boa receção que sentiu por parte do público. Um exemplos foi “Dame un besito”: o tema foi apresentado ao vivo pela primeira vez desde o lançamento, em março deste ano.

O concerto teve, entre os primeiros temas, uma dedicada às mulheres, pelo orgulho e “prazer” da cantora “em ser mulher, mãe, portuguesa, em ser latina”. A música com mais corações no ar foi “Carinha Bonita”. Isto porque sempre que a palavra “amor” se ouvia, os cerca de 30 mil espetadores construíam corações com as mãos. A plateia “não se conseguia conter” e foi levada ao rubro com várias músicas originais e “covers” de outras músicas conhecidas ao público português, como a “Dança Kuduro” “Travesuras” ou “El Perdón”.

Para finalizar, os milhares de finalistas, estudantes e não estudantes, voltaram à infância com a música “Começar no A”. Nas palavras da artista, o concerto foi “uma leitura do público”. “Começar no A” é uma música que nunca sai da “set list”, disse Ana Malhoa. “Consoante o que fui fazendo durante o concerto, achei que deveria terminar com o AEIOU, ainda por cima porque já não tínhamos tempo para um ‘encore’. Acabámos assim em apoteose total, loucura total, porque toda a gente estava a cantar a música. Foi brutal”, descreveu Ana Malhoa ao JPN.

A artista deixou os festeiros do Queimódromo saberem que “se tivesse que escolher as festas” que representem e elevem o país a nível artístico, “a semana académica do Porto seria uma delas”. Ainda em conversa com os jornalistas, Ana Malhoa rematou dizendo que a sua primeira Queima das Fitas do Porto “foi uma aposta ganha”. Esta terça-feira, a cantora “roubou” a noite a Quim Barreiros.

Quim Barreiros decretou estado de “insónia” no Queimódromo

“A malta já está a ferver” considerava Quim Barreiros antes de entrar em palco, em conversa informal com os jornalistas. A expetativa do cantor para a maior noite da queima era tranquila: “Isto é como um jogo de futebol, a gente nunca sabe o resultado. Mas normalmente a festa é bonita”. Antes de subir ao palco confidenciou o próximo “single”: no ano em que completa 69 anos, não foge ao assunto. “Fiz o 69” será o título do tema.

Sempre bem disposto, Quim Barreiros deu início ao segundo concerto na noite do cortejo com “O melhor dia para casar”. “Rapaziada, quem quiser pedir namoro, é agora”, aconselhava, de seguida, o artista que atuou pela 28ª vez na Queima das Fitas do Porto.

O “mestre da culinária” declarou o estado de “insónia” e até às três horas da madrugada, fez saltar o público, entre os quais se encontravam estudantes de Erasmus e pessoas com mais de 60 anos. Com batidas de bateria bem marcadas no som de fundo, Quim tocou vários êxitos como “Chupa Teresa”, “A cabritinha”, “A garagem da vizinha”, entre outros.

O público também não aguentava estar quieto e teve coragem para bailar pelo recinto, formando os tradicionais “comboinhos” de forma espontânea ao som do “medley” de músicas populares como o “Vira” do Minho, bem como cânticos do mundo do futebol:  “E Salta Porto Allez!” e “SLB, SLB, SLB”, na qual deixou claro que todos podiam cantar como quisessem.

As músicas mais populares foram cantadas em uníssono, com destaque para a “Garagem da Vizinha” que recolheu sorrisos, gritos e muitos abraços entre os grupos de amigos que se deslocaram ao Queimódromo. Num ambiente apoteótico, Quim Barreiros finalizou pedindo “palmas para os finalistas”, deixando votos para regressar para o ano, desde que “haja saúde”.

Artigo corrigido às 15h13 do dia 09 de maio de 2016 o título do tema “Começar no A” de Ana Malhoa

Artigo editado por Sara Gerivaz