Discutir sobre a realidade da praxe de hoje e criar alternativas de inclusão à praxe são os dois grandes objetivos da audição pública “Mala Praxis, Sed Praxis?” do Bloco de Esquerda (BE).

Luís Monteiro, deputado do BE e uma das principais vozes no combate às situações de violência na praxe, acredita que a questão não é “apenas um trabalho legislativo ou parlamentar”. “É um trabalho no terreno que precisa de ser feito na criação de alternativas. E é nesse sentido que organizamos esta audição sobre praxes académicas”, conta ao JPN.

Por isso, o Bloco não se contenta com o Projeto de Resolução, aprovado no dia 5 de fevereiro pela Assembleia da República, que propunha cinco medidas para combater a violência nas praxes. Agora, o partido quer analisar os efeitos e refletir sobre a questão.

“Em primeiro lugar [queremos] fazer um levantamento e fazer uma reflexão sobre a realidade da praxe hoje e que instrumentos de segregação, de hierarquização e de violência é que ela imprime na academia, na universidade e na sociedade”, explica Luís Monteiro.

Depois, o esperado é que se crie um debate sobre propostas futuras em relação a esta temática. Para isso, o Bloco de Esquerda convida à presença de toda a população, principalmente dos estudantes.

“Queremos ouvir o povo e queremos ouvir quem está na universidade para nos relatar os seus episódios, as suas experiências para termos instrumentos para pensar uma coisa diferente”, afirma o deputado do BE.

O Bloco acredita que esta intervenção está longe de ser apenas política e, por isso mesmo não quer que o trabalho fique apenas na parte legislativa, mas também na incitação de uma discussão que defende precisar de existir. “É o início de um debate longo na sociedade portuguesa, mas que precisa de ser aberto”, concluiu Luís Monteiro.

A audição pública vai ter lugar na Assembleia da República, no Centro de Acolhimento ao Cidadão, no dia 20 de maio, às 15 horas. Elísio Estanque, sociólogo, Fernanda Câncio, jornalista, e Luís Monteiro vão ser os intervenientes introdutórios.

Artigo editado por Sara Gerivaz