O novo protesto de Luaty Beirão foi comunicado pela família na página oficial do Facebook. Esta greve de fome teve início após uma tentativa de transferir vários ativistas do Estabelecimento Prisional de Viana para o Hospital-Prisão de São Paulo, em Luanda, entre os quais Luaty, que recusou a transferência.

O ativista terá afirmado não querer ir para um sítio onde poderia ser tratado de forma melhor, dado que a maioria dos prisioneiros em Angola vive em situação precária.

A primeira tentativa de transferência de Luaty deu-se no dia 3 de maio. O ativista foi forçado depois, no dia seguinte, a abandonar o Estabelecimento Prisional de Viana. Ao chegar ao Hospital-Prisão de São Paulo, iniciou o protesto, tendo, segundo a família, recusado qualquer contacto com o exterior. O JPN tentou contactar o Hospital-Prisão de São Paulo que se recusou a prestar declarações.

Em Portugal, teve lugar uma sessão de apoio ao ativista esta quarta-feira, poucas horas após a informação do novo protesto de Luaty Beirão. Na sessão estiveram presentes personalidades como Marisa Matias, eurodeputada do BE, Ricardo Araújo Pereira, Isabel Moreira, deputada do PS e a irmã de Luaty, Serena. Esta explicou aos presentes as razões da greve de fome e afirmou que o irmão tem várias denúncias a fazer sobre a situação dos prisioneiros angolanos.

Ao JPN, o deputado do BE Fabian Figueiredo, que tem sido voz ativa pelo fim das prisões políticas em Angola, afirmou que o partido tem e vai continuar a ter várias iniciativas, nas ruas e no parlamento, para sensibilizar a população para os problemas do regime angolano e pressionar o governo português a condenar oficialmente as condenações dos 17 ativistas angolanos. Para o deputado, há contudo, uma clara diferença entre a posição do atual executivo face à do anterior.

Os 17 ativistas foram condenados, a 28 de março deste ano, a penas de prisão que variam entre os dois e os oito anos de prisão. A defesa recorreu da sentença e fez um pedido oficial para que os ativistas fossem colocados em liberdade até ser decidido pelos tribunais se haverá ou não recurso. Esse pedido não teve até ao momento qualquer resposta.

Artigo editado por Sara Gerivaz