Na primeira semana de maio, Matosinhos ganha uma vida diferente. O Queimódromo enche-se de estudantes e a animação dos concertos vai para além do recinto. Se para os estudantes esta semana é sinónimo de folia, para alguns moradores é uma dor de cabeça. O ruído é das principais queixas de quem vive na zona e a Federação Académica do Porto (FAP) implementou uma série de medidas para o minimizar. O problema? Se, por um lado, os moradores reclamam que as alterações não são suficientes, por outro, os estudantes queixam-se que a diminuição do som estraga o ambiente festivo.
O lado dos moradores
Cláudia Barbosa mora a poucos metros do recinto e desde o início da Queima das Fitas que as noites já não são o mesmo. “Dolorosa” é a palavra que a moradora utiliza para descrever a semana da queima, embora admita que não é das pessoas que mais sofre com o ruído. “Se fechar as janelas não sinto som na perfeição, mas sinto um zumbido provocado pela música”, conta a moradora ao JPN.
Com o avançar da noite o cansaço começa a pesar e Cláudia queixa-se de que à medida que o sono aumenta o ruído aumenta também.
O lado dos estudantes
Se o ruído excessivo incomoda os moradores, para quem vive a Queima das Fitas a diminuição do som nas barracas é sinónimo de menos festa. Silvana Sousa estuda na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e trabalha na barraca da associação de estudantes. A aluna nota diferenças no ambiente desde o primeiro ano e explica que “ter música ambiente nas barracas permite que as pessoas fiquem mais tempo a conviver” e que, por isso, consumam mais.
O lado da FAP
A FAP lançou no ano passado um conjunto de medidas de minimização do ruído que o presidente da federação, Daniel Freitas, acredita ter tido resultados positivos. Eliminar o impacto do som no exterior do recinto é impossível, mas o presidente da FAP garante que não vai baixar os braços para melhorar a convivência da maior festa académica do país com os moradores: “Continuaremos a trabalhar com a Câmara Municipal do Porto nesse sentido”, finaliza.
Artigo editado por Sara Gerivaz