Depois das queixas que têm surgido sobre as condições do Canil Municipal do Porto, André Silva do PAN – Pessoas – Animais – Natureza, reuniu com o vereador da Inovação e do Ambiente, Filipe Araújo, que segundo o deputado garantiu que “a Câmara está a trabalhar no projeto de execução que estará pronto até ao final de 2016”, para que haja um novo canil até final de 2017.
Além da reunião, o PAN teve a oportunidade de visitar o canil e avaliar as condições do local. André Silva afirmou ao JPN que há a necessidade de criar um novo canil dado que, no atual, “há várias questões que estão a falhar”. “O alojamento não tem as condições necessárias no que toca às suas áreas e às suas condições, nomeadamente, de temperatura. As boxes são lavadas, ficam permanentemente húmidas, e temos os cães, no Inverno, muitas vezes com frio”, exemplificou o deputado.
Para além do estado das jaulas, o deputado do PAN acusa o canil de não preencher os requisitos quer ao nível da saúde pública, quer ao nível do bem-estar dos animais. “Este espaço é completamente inadequado a todos os níveis. Não tem um gabinete médico, não tem um gabinete de operações de esterilização adequado, não tem as chamadas boxes circulares para manuseamento de animais que, eventualmente, estejam contagiados. Portanto, há uma série de requisitos não só do ponto de vista sanitário, de saúde pública, mas do ponto de vista do bem-estar animal, que não estão salvaguardados e portanto é preciso um espaço novo”, apelou André Silva ao JPN.
Para o deputado “a vontade política não está a acompanhar a vontade e a exigência social”. “Dinheiro existe, verbas existem, elas podem, ou não, ser canalizadas para um determinado equipamento, com um determinado objetivo. E o Canil Municipal do Porto, e o bem-estar animal no Porto não têm sido, claramente, uma prioridade”, criticou, ainda, André Silva.
O representante do PAN na Assembleia da República sublinhou a urgência em renovar o Canil Municipal do Porto e deixa ainda uma acusação à cidade do Porto no que diz respeito às políticas públicas.
André Silva referiu também a política de adoção do canil que considera não ser a política mais adequada dado que “o canil municipal entrega os animais aos adotantes e, eventualmente, entrega um cheque oferta para uma esterilização, que fica à escolha do adotante”. Aquilo que o PAN defende é que “enquanto controlo de população e controlo sanitário, os animais que são dados para adoção sejam, obrigatoriamente, esterilizados”. Para além disso, salientou a “falta de protocolos com associações para, por exemplo, terem voluntários para passear os cães”.
Ainda que a promessa de um novo canil municipal exista “há anos”, o vereador da Inovação e do Ambiente da Câmara Municipal do Porto (CMP) assegurou ao PAN que a autarquia já está a trabalho no projeto de execução do mesmo. Filipe Araújo terá confirmado ainda que a obra ficará pronta no final de 2017.
Próximo canil vai ter mais espaço para os animais
Segundo a descrição de André Silva, prevê-se um novo canil com cerca de 100 boxes, ou seja, 100 espaços diferenciados para cães e também um gatil: “Mais uma vez, houve uma promessa por parte do senhor vereador do Ambiente em que, ainda dentro deste mandato, a obra irá arrancar e que teremos, no final de 2017, um novo centro de recolha. Vamos aguardar”.
Também no passado domingo, um grupo de pessoas reuniu-se em frente à Câmara Municipal do Porto, na luta por melhores condições para o canil e para que seja permitido o acesso a voluntários.
Ao contrário do deputado do PAN, Sandra Silva, a responsável pela manifestação, nunca conseguiu uma reunião com a autarquia: “Comecei a pedir reuniões na Câmara e nunca me receberam”, lamentou ao JPN.
Ao canil, a ativista pediu a entrada de voluntários, garantindo ao JPN que foi algo que lhe foi negado. Sandra Silva acredita que a entrada de voluntários “ajudava muito mais nas adopções”, mas que o trabalho dos colaboradores não se ficaria por aí. “O voluntariado poderia ajudar a tratar do animal”, uma vez que de acordo com a ativista, o serviço veterinário do atual local é medíocre.
Ao JPN a Câmara do Porto relembrou que “a autarquia tem estimulado a adoção, através de uma campanha de comunicação e da oferta da esterilização”. Apesar de, segundo o município, as instalações cumprirem os requisitos previstos na lei, a autarquia reconhece que “há décadas que ele [o canil] precisa de ser revisto”.
“Está por isso previsto nos planos obras ou a sua substituição num prazo que não está definido. Ou seja, assim que for possível avançar com o projeto isso será comunicado”, sublinhou a autarquia acrescentando que a mesma pretende substituir ou melhorar as instalações do Canil.
Artigo atualizado às 9h43 do dia 13 de maio de 2016 com a introdução das informações enviadas ao JPN pela Câmara Municipal do Porto
Artigo editado por Sara Gerivaz