A 14ª edição do festival Marés Vivas, que se realiza este ano durante os dias 14 , 15 e 16 de julho, em Vila Nova de Gaia, poderá estar em risco. Em causa estão os 15 dias de atraso nas obras de limpeza do Vale de São Paio, junto à reserva do Estuário do Douro, impostos pela ação judicial intentada pela Quercus.

As consequências destes dias de paragens podem significar a nomeação de outro local que possa receber o festival ou até mesmo que o evento não se realize. Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia (CMG) garante ao JPN: “Em primeiro lugar, o que importa neste momento é salvar o festival”.

Por causa deste atraso nas obras do espaço que vai receber o Marés Vivas, a autarquia vai interpor uma ação judicial contra a Quercus com um pedido de indemnização. Ao JPN, o presidente da Câmara de Gaia afirma que “o Município vai agir judicialmente para ser ressarcido dos prejuízos causados pela interrupção dos trabalhos de limpeza e preparação do terreno do Vale de S. Paio, provocada pela providência cautelar interposta pela Quercus”.

Na reunião camarária desta segunda-feira, foi aprovada o término do efeito suspensivo da providência cautelar interposta pela Quercus. Assim, ficou confirmado de que os trabalhos no Vale de S. Paio vão continuar. O impacto da paragem dos trabalhos durante duas semanas está a ser estudado por serviços técnicos da Câmara. “Ainda esta semana esperamos perceber o que falta fazer no terreno para que o espaço esteja apto a receber o festival”, confirma ao JPN Eduardo Vítor Rodrigues.

Vítor Rodrigues admitiu na reunião camarária a possibilidade de procurar alternativas para a realização do Marés Vivas, não excluindo, portanto, a possibilidade de voltar ao local antigo do festival, junto à Douro Marina: “Se vier a verificar-se que já não é possível recuperar o atraso provocado pela paragem nos trabalhos, consequência da providência cautelar da Quercus, teremos de pensar em locais alternativos, como o próprio local anterior.”

As condições ambientais não deixam de ser uma preocupação para o município de Gaia: “Queremos fazer ali um espaço de 40 mil metros quadrados de usufruto de todos e não de pequenos núcleos residenciais de ricos; um espaço para todos, polivalente e sem qualquer consequência para o ambiente, até porque estamos fora da área da Reserva”.

No entanto, o autarca não descarta a possibilidade do festival não se vir a realizar este ano. “Queremos muito que o festival aconteça. A marca Marés Vivas é uma marca do Norte do País e de Vila Nova de Gaia que temos de salvar”, destaca o presidente.

Artigo editado por Sara Gerivaz