O Dia Mundial contra a Monsanto, responsável pela produção de alimentos transgénicos, é já este sábado. No Porto a manifestação começa na Praça dos Leões às 15h00.

21 de maio é o dia escolhido para, mundialmente, sair à rua e protestar contra a Monsanto e outras empresas ligadas à industria agrícola dos alimentos geneticamente modificados. No Porto, a marcha começa às 15h00 na Praça dos Leões, passando por vários locais icónicos da cidade, como por exemplo os Clérigos e a Avenida dos Aliados, terminando na Câmara Municipal. Junto à autarquia vai decorrer uma assembleia aberta, onde para além dos protestos contra organismos geneticamente modificados, se defenderá uma agricultura de pequena escala, local e sazonal e os benefícios sociais, ambientais e para a saúde que desta advêm.

“A Natureza não precisa de ser modificada” pode ler-se na página facebook do evento que em Portugal é organizado pelo grupo Portugal sem OGM.

Na verdade, não é à toa que uma empresa ganha um dia mundial de protestos contra si, não só pelos prejuízos que causa a pequenos produtores, mas também pelos possíveis danos à saúde e ao meio ambiente. Estas são algumas das polémicas em que a empresa esteve envolvida ao longo dos seus 103 anos de existência, sendo também acusados pelo tipo de “lobby” que praticam e pela manipulação de pesquisas científicas.

A Monsanto é uma multinacional de alcance global na área de agricultura e biotecnologia e é especializada na produção de organismos geneticamente modificados, como sementes e herbicidas. Fornecem produtos para gigantes como a Coca-Cola e a PepsiCo. Atualmente controla 90% do mercado de sementes transgénicas do mundo – consagrando-se como um dos maiores monopólios já vistos.

Um estudo de 2009 do “Journal of Biologycal Science” mostrou que o consumo de milho proveniente da semente geneticamente modificada pode produzir efeitos negativos em órgãos como os rins e o fígado. Outro estudo, publicado em 2012 na Food And Chemical Toxicology, constatou que ratos submetidos a uma dieta à base de organismos geneticamente modificados morrem mais rápido e têm mais propensão para o aparecimento de cancro.

Mais recentemente, a empresa Monsanto voltou a estar no centro das atenções, por causa do glifosato, a substância ativa da maioria dos herbicidas, sendo que o mais vendido à escala global é comercializado pela multinacional. Em Portugal, foi feita uma análise a 26 pessoas que revelou níveis anormais de glifosato, Várias associações ambientalistas exigem a proibição do uso da substância. Na passada quarta-feira, o comité de peritos da União Europeia responsável por discutir a renovação da licença para a utilização de glifosato em território europeu não chegou a um acordo.  “Se não for tomada qualquer decisão até 30 de junho, o glifosato deixará de ser autorizado na UE”, declarou um porta-voz da Comissão Europeia citado pelo jornal “Expresso”.

Por estas e tantas outras razões, manifestantes em todo o mundo, juntam-se contra este tipo de corporações e o Porto não é excepção.

 

Artigo editado por Filipa Silva