A primeira fase da obra do Centro Hospitalar de Gaia-Espinho foi inaugurada esta sexta-feira. O secretário de Estado da Saúde referiu que o Governo está a "reunir as condições para o financiamento" para segunda fase.
A primeira fase da obra “Novo Edifício Hospitalar – Plano de Reabilitação Integrado” do Hospital Eduardo Santos Silva, em Gaia, foi inaugurada esta sexta-feira. Esta fase permitiu a construção de passagens internas entre os diferentes edifícios do hospital, evitando que os doentes tenham de circular no exterior.
Além disso foi finalizado o serviço de Imagiologia – com um investimento de um milhão de euros num aparelho de Raio-X, dois TAC’s e um Mamógrafo – bem como o pavilhão de ambulatório. Este já estava em pleno funcionamento e veio substituir os contentores em que funcionava o Hospital de Dia.
Silvério Cordeiro, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar alertou para a importância de “garantir o início da segunda fase da obra”, que tem uma “duração prevista de 18 meses e um custo estimado de 16 milhões de euros, seis destes cofinanciados pelos fundos comunitários do Portugal 2020” e 5,3 resultantes da “realização do capital estatutário”. Assim, ficam “a faltar 2,7 milhões que, salvo melhor opinião, podem ser assegurados com o pagamento dos valores em dívida, referente aos Contratos-Programa de 2010 e 2011”, explicou o médico.
A administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho conta com um financiamento de 16 milhões de euros para a obra: seis atribuídos pela Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), cinco dependem do Orçamento de Estado, três do município de Gaia e os últimos dois milhões provêm de fundos próprios do centro hospitalar.
Durante os discursos dos responsáveis, esta sexta-feira, o vice-presidente da Câmara Municipal de Espinho, Vicente Pinho, enalteceu a “velocidade das obras” após ter sido verificado que o hospital “não tinha as mínimas condições para doentes, funcionários ou famílias” e reforçou as críticas aos Contratos-Programa: “É incompreensível que se atribuam menos fundos a um hospital que tem mais serviço”.
Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia reforçou que o município está “disposto a ajudar”, nomeadamente com o financiamento de obras aos acessos e no exterior do hospital. No seu discurso pediu uma “atenção específica e um modelo de financiamento próprio” para o Centro Hospitalar, deixando pedidos de apoio para intervenções em equipamentos de saúde em Vilar de Andorinho e na Madalena.
Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde reiterou que no Governo eram conhecidas as fracas condições do hospital antes das obras. Quanto à segunda fase da obra, referiu que o Governo está a “reunir as condições para o financiamento” que passará por fundos europeus através do Portugal 2020. Delgado sublinhou o empenho do governo socialista em reforçar os cuidados de saúde primários. Um dos grandes objetivos da legislatura na área da Saúde será fazer com que os “utentes deixem de usar as urgências como porta de entrada no hospital”, pelo que o investimento em cuidados primários e integrados serão as prioridades.
A continuação do plano de reabilitação integrado, que deverá contar ainda com uma terceira fase, deve contemplar os serviços de Urgência Geral, Emergência Médica, Cuidados Intensivos e Intermédios, Gastrenterologia e Broncologia.
A primeira fase das obras, iniciada há cerca de um ano e meio, finalizou agora e as zonas intervencionadas estão em pleno funcionamento. O investimento global do projeto do “Novo Edifício Hospitalar – Plano de Reabilitação Integrado” deverá rondar os 46 milhões de euros, sendo que a primeira fase contou com 13 milhões, e a segunda deverá contar com 16.
O Centro Hospitalar de Gaia faz 480 mil consultas, 23 mil cirurgias e recebe 170 mil doentes no Serviço de Urgência, anualmente.
Artigo editado por Sara Gerivaz