A Universidade de Aveiro vai atribuir bolsas de estudo equivalentes ao valor da propina, a todos os alunos que a escolham como primeira opção e tenham uma média igual ou superior a 17,5 valores.

A Universidade de Aveiro (UAv) decidiu premiar todos os alunos que a escolham como primeira opção, para qualquer curso de licenciatura ou mestrado integrado, na primeira fase do concurso nacional de acesso. Como? Pagando aos estudantes que apresentem uma média de entrada igual ou superior a 17,5 valores os 1.063 euros da propina anual.

O objetivo da instituição, segundo Gonçalo Paiva Dias, vice-reitor da universidade, “é poder captar cada vez melhores alunos”.

“A Universidade de Aveiro já capta muito bons alunos, mas queremos continuar a incrementar o número de alunos que captamos com classificações altas. Achamos que esses alunos devem ser apoiados, merecem esse incentivo, e eles vão também contribuir para a qualidade, que já existe, da Universidade de Aveiro”, destaca o responsável ao JPN.

Mas as novidades não ficam por aqui. O pagamento das propinas pode ir além do primeiro ano se os alunos mantiverem “o nível de classificação”.

“Estes alunos, se mantiverem no seu percurso, dentro da universidade, o mesmo nível de classificação, mantêm a bolsa nos anos seguintes. Portanto, eles podem fazer três anos de licenciatura e continuar sem interrupção para mestrado e [nesse caso] ter cinco anos de bolsa”, acrescenta Gonçalo Dias.

Para Gonçalo Dias esta medida é apenas “uma evolução” do que já é feito: “Aquilo que fizemos foi uma evolução no sentido de poder garantir aos estudantes, aquando da candidatura, que se tiverem uma classificação acima dum determinado valor, terão este apoio”.

“Nós queremos ter mais alunos excecionais, por isso, estamos a dar condições especiais a esses alunos”, sublinhou o vice-reitor.

O JPN também falou com o presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), Henrique Cruz, que referiu que esta é uma iniciativa da Reitoria “em conjunto com a associação académica”, ideia que teve origem “no mandato anterior” com o objectivo de “tentar motivar os melhores caloiros à entrada”.

Henrique Cruz vê esta medida como uma mais-valia, não só para os estudantes, mas também para a instituição.

 O caso da Universidade do Porto
De acordo com os números cedidos pela Reitoria ao JPN, entraram 1.199 estudantes no presente ano letivo com média igual ou superior a 17,5. Tendo em conta o valor da propina anual da UP – 999 euros – a iniciativa teria um custo a rondar os 1,1 milhões de euros.

Vejo esta medida com muito bons olhos porque, de facto, só pode enriquecer a nossa universidade com os melhores alunos, e com alunos que podem levar o nome da universidade de Aveiro muito longe. São alunos que, à partida, são muito bons e que farão valer bastante o nome da Universidade de Aveiro”, afirmou Henrique Cruz.

O presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro acrescentou ainda que achaque a universidade se tem focado muito na atração para fora, principalmente nestas questões de facilitar ou de dar acesso aos melhores dos melhores”.

A Universidade de Aveiro não é estreante neste tipo de recompensas para os alunos, dado que já premeia os melhores alunos de cada curso e atribui também bolsas de mérito desportivo, através das quais os campeões nacionais universitários têm uma redução de 50% na propina.

A atribuição das bolsas de estudo equivalentes ao valor da propina entra em vigor a partir do próximo ano letivo. Em 2015/2016 entraram na Universidade de Aveiro 1.979 alunos. Destes, 45 entraram com média igual ou superior a 17,5 valores.

 

Artigo editado por Filipa Silva