Depois de mais de 300 problemas detetados e 100 soluções apresentadas, a iniciativa "Desafios Porto" chegou ao fim. Os quatro projetos vencedores foram apresentados na semana passada.

Um software de controlo da mobilidade na cidade, um sistema de monitorização dos consumos da população e mecanismos de autonomia energética e promoção do envelhecimento ativo. Estas foram as quatro propostas vencedoras do “Desafios Porto”, uma iniciativa que convidou os cidadãos portuenses a apontar os desafios do dia-a-dia de quem vive na cidade.

Após a exposição dos 313 problemas detetados pelos cidadãos foram apresentadas mais de 100 soluções por empresas , nas categorias “Mobilidade e Ambiente”, “Cidade Digital”, “Energia” e “Saúde e Bem-Estar”.

Das mais de 100 soluções propostas, só dez foram finalistas e apenas quatro são vencedoras. Os projetos distinguidos são financiados até 50 mil euros e cada empresa tem apoio de consultoria até 12.500 euros, por cada projeto, cedido pela Ernst & Young.

O “Desafios Porto” é uma iniciativa da Câmara Municipal do Port (CMP) e conta com o apoio da NOS, EDP, CEiiA e Ernst & Young.

Maior vigilância da mobilidade

Na categoria “Mobilidade e Ambiente” saiu vencedora a proposta da HealthyRoad. O projeto da empresa sediada no UPTEC passa por um conjunto de soluções de processamento de imagem de uma forma inovadora que permite, por exemplo, a deteção de veículos indevidamente estacionados, a identificação de trânsito de viaturas em locais ou horários em que não estão autorizados.

A HealthyRoad pretende, assim, aumentar a eficiência dos serviços de mobilidade da cidade. Este é um projeto piloto que vai ser posto em prática em locais escolhidos pela equipa de mobilidade da Câmara do Porto.

Controlo dos consumos diários

A solução GameOn, apresentada pela Positive Blue, foi a grande vencedora da categoria “Cidade Digital”. Esta cidade digital de que falamos é um espaço onde as tecnologias estão ao serviço do cidadão e potenciam impactos reais no sentido da melhoria da qualidade de vida. Atua, ainda, no desenvolvimento económico e no aumento da eficiência energética.

Este projeto vai ao encontro da crescente procura de soluções que consigam controlar os consumos de forma eficaz, minimizando as perdas, o consumo excessivo e o valor da fatura que pagamos, não colocando de parte o lado ecológico.

O GameOn vai ser implementado na zona de Damião de Góis, que já possui cerca de 400 contadores de água em telemetria (um sistema de monitorização, utilizado, normalmente, para comandar, medir ou investigar algo à distância, através de uma comunicação sem fios), numa iniciativa levada a cabo pela empresa Águas do Porto.

Esta tecnologia vai permitir uma boa articulação entre várias fontes de informação no que diz respeito aos consumos diários de água e energia dos cidadãos.

Eficiência e autonomia energética

Na categoria “Energia” destacou-se o projeto Omniled, apresentado pela empresa Omniflow. Consiste num dispositivo com uma elevada eficiência energética, uma vez que possui fontes fotovoltaicas e eólicas.

São essas fontes que fazem com que o Omniled consiga ter uma produção autónoma e uma capacidade de integração em redes inteligentes de produção e consumo de energia.

Esta solução vai permitir que ao município desenvolver o conceito de comunidade de energia e, ao mesmo tempo, promover uma melhor ocupação dos espaços públicos. O dispositivo permite iluminação e alimentação de outros dispositivos.

No Porto, o projeto vai ser implementado no pólo universitário da Asprela. Esta tecnologia está presente em 11 países.

Promoção do envelhecimento ativo

O projeto Porto 3i, da empresa SiosLife pretende promover o envelhecimento ativo e a inclusão social dos mais velhos. É este o vencedor da categoria “Saúde e Bem-Estar”.

O projeto envolve tecnologias de interação que se vão adaptar às características e necessidades próprias de cada utilizador. São cinco as Instituições de Rede Social do Porto que vão beneficiar do Porto 3i, promovendo, desta forma, a qualidade de vida dos mais velhos, permitindo o seu acompanhamento pelos familiares.

A tecnologia oferece, ainda, ferramentas de monitorização da atividade dos utentes aos seus cuidadores.

Artigo editado por Sara Gerivaz