A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) celebra 75 anos. Para os comemorar, a instituição organizou três dias de atividades marcadas para esta quarta, quinta e sexta-feira. O evento chama-se “Liga de Portas Abertas” e convida o público de todas as idades a visitarem as instalações, na Estrada da Circunvalação. A visita carece de inscrição prévia.

Uma das atividades abertas ao público é a visita guiada às instalações da Liga. É aqui que se pode ver a realidade do dia a dia que médicos e doentes vivem. Desde as 74 camas de acolhimento a doentes deslocados para tratamento, até às 11 mil caixas de peditórios que estão agora a ser limpas para estarem prontas para o próximo Dia dos Fiéis Defuntos. Tudo pode ser visto ao pormenor.

“A ideia surgiu aqui no Núcleo Regional do Norte para celebrar os 75 anos da Liga e então lembramo-nos de abrir a sede de uma forma diferente com algumas atividades dirigidas a públicos distintos para trazer as pessoas à instituição”, explicou Artur Fernandes, do Núcleo Regional do Norte da LPCC, ao JPN. O objetivo a cumprir é claro: “Nós queremos que as pessoas venham conhecer melhor a Liga e os serviços que presta aos doentes e à comunidade em geral”.

Várias são as ocupações em que todos podem participar: desde aprender a fazer marcadores de livros com relevo ou velas ecológicas até aulas de yoga com a duração de uma hora.

Mais criativa é a adaptação do conhecido concurso The Big Picture. Desta feita, o “The Big Picture – Educação e Saúde” apresenta como tema de discussão o cancro da pele, em 12 questões. Qualquer pessoa pode inscrever-se, desde que tenha mais do que seis anos.

Nos três dias de celebração, há, também, espaço para consultas abertas de observação da pele e dos sinais, por um médico dermatologista oncológico, e de exame da cavidade oral, realizada por um médico dentista. Há, ainda, uma consulta aberta de psico-oncologia, apoio psicológico para doentes oncológicos e para os seus familiares, por um psicólogo da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

No capítulo da animação musical, está agendado um showcase do “CD Calendário”, um álbum composto por 12 canções originais, com música e interpretação de Lúcia Moniz, Luís Portugal (dos Jafumega) e Tozé Santos (da banda Per7ume) e letras de José Guedes.

A moda também passa pela sede da Liga e, como tal, vai haver um desfile e concurso de chapéus criativos, sexta-feira, às 15h30, com o objetivo de estimular o uso de chapéu quando estamos expostos ao Sol. Outra atividade planeada para esta vertente é a criação de uma passadeira (quinta-feira, às 16h30) que simboliza a união das pessoas na luta contra o cancro. Consiste na confeção de quadrados de tecido que devem ser decorados com pinturas e frases de motivação.

A educação para a saúde ganha forma no Laboratório de Investigação Pedagógico (LIP) que tem como objetivos fomentar a consciencialização e a formação para o cancro, bem como a prevenção da doença nos mais jovens. O LIP torna possível a execução de experiências relacionadas com a oncobiologia. Esta atividade é dirigida a estudantes do Ensino Secundário e vai repetir-se nos três dias às 09h00 e às 14h00.

A parte dramática do cancro pode ser em forma de teatro e é exatamente isso que o “Role Playing Voluntariado” quer representar numa peça sobre o que é ser voluntário da Liga Portuguesa Contra o Cancro (quinta-feira, às 16h30 e sexta-feira, às 11h30).

O programa das celebrações inclui palestras sobre a cirurgia no tratamento do cancro da mama, vantagens e desvantagens da exposição ao Sol e, ainda, a influência da alimentação saudável na prevenção do cancro.

Importante é o testemunho de quem já ultrapassou a doença. Os “Veteranos” da Liga são um grupo de jovens que já foram doentes da instituição que, agora, partilham as suas histórias e vivências com todo o público. Para ouvir todos os dias às 10h30.

Unidade móvel segue para Lousada

Esta quarta-feira começou com a inauguração de uma unidade móvel de rastreio do cancro da mama. Esta unidade vai permanecer na sede durante estes três dias e depois dirige-se a Lousada onde vai estar estacionada. O objetivo é rastrear todas as mulheres do concelho.

Mas nem toda a gente pode participar nos rastreios. É necessário que a mulher em questão esteja inscrita num centro de saúde abrangido pela área de influência da Administração Regional de Saúde do Norte e que tenha idade compreendida entre os 45 e os 69 anos. Para fazer um rastreio, é obrigatório que a mulher não tenha tido cancro da mama anteriormente.

O rastreio deve ser feito de dois em dois anos e, por isso, espera-se que esta unidade móvel esteja novamente em Lousada daqui a dois anos para dar seguimento ao trabalho iniciado. A Liga Portuguesa Contra o Cancro tem, com a nova valência inaugurada esta quarta-feira, 16 unidades de rastreio na região Norte, 13 móveis e três fixas.

 

Artigo editado por Filipa Silva