O sucessor de José Peseiro assinou um contrato de dois anos. Na apresentação, assumiu que a “pressão existe” e que é fundamental acabar com "clima de apreensão”.

Nuno Espírito Santo foi apresentado ao final da tarde desta quarta-feira como novo treinador do FC Porto. O facto vinha anunciado desde o início da semana, mas assumiu agora o estatuto de oficial. Ao autor da expressão “Somos Porto”, como Pinto da Costa fez questão de recordar, ficou entregue a missão de fazer jus ao tempo presente que aplicou no passado ao verbo.

Os discursos de Nuno e de Pinto da Costa foram curtos e de alguma nostalgia. Ouviu-se falar de “sonho”, de “honra”, de “mística”, de “destino”. Esta última a propósito de uma capa da revista Dragões – “a número 263”, precisou o presidente – na qual Nuno afirmava: “O Futebol Clube do Porto é o meu destino”. “E era”, completou o presidente dos Dragões, que assegura que há “força da razão” além da do destino, na contratação do antigo guarda-redes do clube.

Nuno não enjeitou a deixa: “Sinto que volto a casa. Voltar a casa para ganhar é, sem dúvida, o meu destino”. Mas se a convicção é forte e o otimismo a receita para conduzir o clube “outra vez ao sucesso”, Nuno preferiu não deixar objetivos no horizonte: “Não é o momento de promessas”.

O técnico preferiu deixar à “nação portista” uma garantia: “com trabalho, com união vamos conseguir o que todos pretendemos que é ganhar”.

Quando o telefone toca

De um treinador no desemprego diz-se muitas vezes que vive na expectativa de que o telefone toque. Nuno não é exceção. “Quando o telefone tocou e vi o seu número, nada mais me importou”, disse ao presidente do FC Porto na apresentação desta tarde, para reforçar que o convite que recebeu fica no capítulo “dos momentos talvez mais felizes” da sua vida. “É onde me sinto bem, é aqui”, frisou.

O tempo agora é de trabalho – “24 horas e é pouco”, referiu – em contagem decrescente até 28 de junho, data de regresso ao trabalho do plantel azul e branco. Na equipa técnica vai contar com os adjuntos Rui Barros, Rui Pedro Silva, António Dias e Rui Barbosa.

Nuno admitiu, em resposta aos jornalistas, que “a pressão existe” e assumiu ser “fundamental que se acabe com o clima de apreensão” gerado em torno do clube.

Confiança da parte da administração da SAD e da direção do clube parece não faltar. E a escolha do relvado do Estádio do Dragão para a apresentação pode muito bem significar isso: uma demonstração de união dentro de campo que é, afinal, onde se conquista o que ao FC Porto tem escapado faz em agosto três anos: resultados.

Nuno Espírito Santo assinou um contrato de dois anos com os dragões, clube que representou como jogador entre 2002-2004 e 2007-2010. Ao serviço do clube conquistou quatro campeonatos nacionais, três Taças de Portugal, uma Liga dos Campeões, uma Taça UEFA e uma Taça Intercontinental. Como treinador principal, o FC Porto é o terceiro da lista depois das passagens pelo Rio Ave e pelo Valência, de onde saiu a meio da temporada 2015/2016.