Com o Euro 2016 à porta, a equipa do JPN analisou os grupos, equipas e as estrelas do “rendez-vouz” em França. Anote os destaques para desfrutar do melhor que o futebol europeu tem para oferecer.

De junho a julho, de 10 a 10 e de lés a lés, a Europa de futebol vai ter os olhos postos em França durante o Euro 2016. Vinte e quatro equipas, divididas em seis grupos, compõem os qualificados para o maior torneio de futebol do continente.

A equipa do Euro 2016 do JPN analisou os percursos na fase de qualificação, os jogadores-chave, as potenciais surpresas e deixa a previsão para a fase de grupos do “rendez-vouz”.

A França vai receber o Europeu e está desde o final do Mundial de 2014 a jogar apenas amigáveis. Não obstante, oito vitórias, dois empates e vinte golos nos últimos dez jogos dão esperança à equipa gaulesa. O selecionador Didier Deschamps tem estado em destaque: positivamente pela postura aquando dos ataques a Paris e negativamente pelo afastamento de Nasri e pela difícil gestão do diferendo entre Valbuena e Benzema.

Este último é o principal ausente dos convocados, sacrificado em prol do espírito do grupo. Pogba, de 23 anos, é já um dos melhores centrocampistas do mundo e é a estrela da companhia. A ele, juntam-se Antoine Griezmann, Blaise Matuidi e Olivier Giroud, jogadores que tiveram excelentes exibições pelos “bleus” nos últimos dois anos e a potencial surpresa: Kingsley Coman, extremo de 19 anos que jogou esta época no Bayern de Munique.

O selecionador Anghel Iordanescu – pela terceira vez à frente dos destinos da equipa após ser senador do seu país – levou novamente os romenos à fase final de uma grande competição. Com cinco vitórias e cinco empates – apenas cederam golos em dois encontros –  durante a fase de qualificação, a Roménia garantiu o segundo lugar atrás da Irlanda do Norte, num grupo que atirou a Grécia para fora da competição.

Um jogo solidário, defensivo e de contra-ataque é esperado da Roménia. Longe vão os tempos de estrelas como Haggi ou Mutu, Vlad Chiriches é o coração da defesa e o principal destaque individual dos romenos para 2016. O lateral ex-Porto Sapunaru deverá também ser titular numa equipa cujas prestações irão também depender da capacidade concretizadora dos atacantes (apenas 11 golos, em 10 jogos de qualificação).

A Albânia qualificou-se, pela primeira vez na sua história, para uma fase final de uma competição de futebol, tendo o seu trajeto ficado marcado pelo incidente com a bandeira da Grande Albânia, no jogo frente à Sérvia, que lhe valeu a perda de três pontos. Foi, ainda assim, segunda classificada no grupo de Portugal, à frente da Dinamarca e da Sérvia. Este é um momento histórico para os comandados de Giovanni De Biasi. Lorik Cana, o capitão e patrão do meio campo, é a grande referência das “águias”, Elseid Hysaj, lateral do Nápoles, é uma das esperanças.

A Suíça destaca-se no grupo A como o provável adversário mais difícil para a França. A fase de qualificação começou da pior maneira para os helvéticos, com duas derrotas, mas cinco vitórias consecutivas relançaram a Suíça, que terminou em segundo atrás da Inglaterra.

Xherdan Shaqiri, aos 24 anos, assume-se como a estrela da companhia, apesar da “descida” na carreira, do Bayern de Munique até ao Stoke City, após uma experiência falhada em Itália. O ponta-de-lança Breel Embolo é uma das esperanças para o futuro da Suíça e um elemento que merece a atenção dos adversários e espetadores.

Este grupo não parece difícil na hora de fazer previsões. A Inglaterra não deverá ter grandes dificuldades em mostrar a superioridade técnica e com estreias de jogadores como Jamie Vardy ou Dele Alli, que realizaram épocas fantásticas nos seus clubes – Leicester City e Tottenham Hotspur, respetivamente -, a seleção inglesa apresenta “sangue fresco” pronto a render.

A chamada de cinco avançados por parte de Roy Hodgson promete preocupar a defesa dos adversários. Até porque o treinador já admitiu poder usar três avançados na mesma equipa – Harry Kane e Jamie Vardy já deram provas de trabalhar bem em conjunto.

A Rússia pode ser uma das equipas a fazer frente à Inglaterra. Sem grande espetacularidade, a seleção russa transformou as vitórias nos amigáveis numa constante, inclusive contra a seleção portuguesa, à qual ganhou por 1-0, em novembro do ano passado. Com vontade de se afirmar, a Rússia tem uma equipa maioritariamente constituída pelos jogadores do CSKA Moscovo e do Zenit, as equipas mais internacionais do campeonato russo.

Roman Neustädter e o guarda-redes Marinato Guilherme, recentemente naturalizados, são as principais novidades da equipa. A seleção só chegou às semi-finais do Europeu em 2008, deixando-se ficar sempre pela fase de grupos, na era pós-União Soviética.

A Eslováquia também se revelou uma surpresa durante os amigáveis. A equipa orientada por Ján Kozák ganhou a seleções como a Suíça, a Islândia ou a Alemanha, os atuais campeões do mundo. O médio Marek Hamšík ou o avançado Michal Ďuriš – segundo melhor marcador no campeonato checo, com 16 tentos marcados – serão alguns dos jogadores a ter debaixo de olho.

A seleção do País de Gales estreia-se nas competições europeias e não parece perigosa, com amigáveis a oscilarem entre derrotas e vitórias. A equipa confia em Gareth Bale na hora de resolver e ele raras vezes desilude. Por isso, o avançado de 26 anos é a principal arma da equipa, que conta também com Aaron Ramsey para ajudar nos momentos decisivos.

Uma seleção surge no grupo C, à partida, como previsível  favorito: a campeã mundial Alemanha. Os alemães, embora com a ausência de Marcos Reus, têm uma equipa ainda assente nos astros que dominaram o Mundial de 2014 no Brasil, portanto, é de esperar que surjam na máxima força para esta fase final do Euro.

A um meio-campo cheio de nomes bem conhecidos do futebol, como Bastian Schweinsteiger, Toni Kroos, Sami Khedira ou Mesut Özil, juntam-se finalizadores letais, como Thomas Müller ou Lukas Podolski.

Já os irlandeses, estreantes na fase final da competição, surgem como uma das equipas mais fracas do torneio. Não sendo de menosprezar, contudo, o efeito que esta qualificação histórica pode ter em termos psicológicos nos jogadores. A equipa conta com o jovem Will Grigg, essencial na qualificação para o Euro 2016, para tentar surpreender as restantes equipas.

A indecisão do grupo está, contudo, em quem irá avançar com a Alemanha para os oitavos de final. Tanto a Ucrânia como a Polónia têm pouca experiência nas fases finais do Europeu: a Ucrânia participou apenas no último, em 2012, que organizou juntamente com a Polónia. A seleção polaca atingiu, nesse ano, os quartos de final, naquela que foi a sua segunda participação em Europeus. Em 2008, ficou pela fase de grupos.

Há a considerar, contudo, a estrela polaca, Robert Lewandowski. Melhor marcador da Bundesliga nesta temporada e atual co-detentor do maior número de golos em fases de qualificação – 13, empatado com David Healy, da Irlanda do Norte -, é um finalizador letal, que pode facilmente resolver e provocar uma reviravolta num jogo, dando uma clara vantagem aos polacos. Já do lado ucraniano, há a considerar Yevhen Konoplyanka, médio do Sevilha, que fez uma época razoável pelos espanhóis.

Num Europeu que viu algumas alterações nas regras, há até hipótese de alemães, polacos e ucranianos passarem à fase seguinte. Ainda assim, atendendo apenas às duas passagens diretas, a previsão é de que alemães e polacos irão avançar, em primeiro e segundo lugar, respetivamente.

No grupo D está a equipa campeã em título, Espanha, juntamente com a República Checa, Croácia e Turquia. À primeira vista seria fácil responder à pergunta: “Quem vence o grupo?”. Os espanhóis, claramente.

No entanto, se para o primeiro lugar podemos apostar na Espanha com um risco relativamente baixo, dada a qualidade que apresentou na fase de grupos e dado o seu historial mais recente em competições internacionais, o segundo lugar vai ser, certamente, uma disputa intensa, sobretudo entre Croácia e Turquia.

Embora sem grande historial ao nível dos europeus, a seleção croata poderá ser um dos principais “outsiders” desta competição. Na fase de qualificação ficou em segundo lugar do grupo, com apenas mais um ponto do que a Noruega e menos quatro do que a Itália.

Modric é a grande figura dos croatas. Juntamente com Rakitic e Kovacic, formam um trio de meio campo de sonho para qualquer treinador de futebol. O pequeno médio croata, graças à sua técnica, inteligência e visão de jogo tem tudo, para brilhar neste europeu.

A Turquia acabou a fase de grupos atrás de República Checa, que reencontra, e Islândia, avançando como a terceira melhor seleção e afastando uma antiga campeã europeia da fase final, a Holanda. Estreante em fases finais no Europeu de 1996, atingiu os quartos de final em 2000 e as meias-finais em 2008, já com Fatih Terim no banco, o que dá confiança para a fase de grupos.

Arda Turan é a alma desta seleção. Ao fino recorte técnico e superior capacidade de decisão, o criativo revela uma tenacidade e entrega próprias dos seus genes otomanos, algo que o transforma num elemento letal.

Os checos encaixam-se novamente na fase final, depois de terem defrontado os turcos na fase de grupos da qualificação, triunfo por 1-2 em Istambul e derrota por 0-2 em Praga. A República Checa tem a vantagem de ter vencido o grupo de forma confortável e ser habitual predadora das fases finais.

Campeões europeus em 1976, enquanto Checoslováquia, contam com o terceiro lugar em 1960 e 1980, ainda a par da Eslováquia. Depois da independência, chegaram à final em 1996, fase de grupos em 2000, meias-finais em 2004, fase de grupos em 2008 e quartos de final em 2012.

Capitão e principal estrela dos sub-21 checos no Europeu da categoria em 2011, Borek Dockal cresce em preponderância no panorama checo, podendo ser o elemento diferenciador na equipa face à sua versatilidade e polivalência na linha ofensiva, que promete fazer bastantes danos.

Com Rosicky no ocaso e Cech irregular serão outros nomes a necessitar de assumir o protagonismo a que a República Checa já se habituou.

No Campeonato Europeu de Futebol de 2016 existe um grupo universalmente considerado como o da “morte”. O Grupo E, constituído pela Bélgica, Itália, República da Irlanda e Suécia promete ser pautado pelo equilíbrio, pela qualidade e pela competitividade.

A Bélgica, primeira cabeça de série, conta, nos últimos anos, com um plantel de luxo formado por um híbrido de atletas jovens e jogadores experientes. Os convocados belgas, mesmo com a lesão do capitão Kompany, representam alguns dos melhores clubes da Europa: Barcelona, Atlético de Madrid, Manchester City, Manchester United, Chelsea, Liverpool, Tottenham, Roma e Nápoles, entre outros.

Marc Wilmots, selecionador desde 2012, vai tentar levar os “diabos vermelhos” à primeira boa prestação no século XXI. No único europeu, do novo milénio, em que marcaram presença, no ano 2000, a Bélgica apenas venceu um encontro – frente à Suécia – e ficou-se pelo terceiro lugar de um grupo onde a Itália fez o pleno de vitórias. Agora, com jogadores como courtois, De Bruyne e Eden Hazard as expectativas não podem ser baixas.

Quando se fala em Euro fala-se, inevitavelmente, na Itália. Os “azzuri”, finalistas em título, são uma das nações com melhor histórico na competição e, apesar de não serem conhecidos por praticarem um futebol espetacular, são sempre uma equipa a ter em conta.

Famosos pela solidez defensiva, ou não fosse “catenaccio” a definição italiana de “trancas na porta”, os comandados de Antonio Conte (de saída da equipa nacional para o Chelsea) contam com um eixo defensivo que joga “de olhos fechados” na Juventus há muitos anos. Apesar das ausências de dois pilares do meio-campo, como são Claudio Marchisio e Marco Verratti, a Itália aponta a altos voos em França.

Os “rapazes de verde”, oriundos da República da Irlanda, apenas participaram no Euro de 1988 e 2012. Em duas edições, alcançaram uma vitória, um empate e quatro derrotas, mas nem por isso deixam de ser um osso duro de roer. Apoiados por uma massa adepta única que, com o seu apoio incondicional, arrepia qualquer adepto de futebol, prometem dar tudo em campo, independentemente dos 40 anos de Shay Given e dos 35 de John O’Shea e Robbie Keane, três ícones do país.

Por fim, a Suécia de Zlatan Ibrahimovic. “Ibracadabra” está, ainda, sem clube e, caso alguém ainda não conheça o seu brilhantismo, tem neste Europeu uma montra para garantir o último grande contrato da sua carreira. O técnico sueco, Erik Hamrén, ocupa o cargo desde 2009 e apenas disputou uma grande competição: o Euro 2012 na Polónia e Ucrânia.

Desde os quartos de final em Portugal 2004, os amarelos e azuis não mais conseguiram passar da fase de grupos. A partir do próximo dia 13, vão tentar qualificar-se para os oitavos. A missão arranca diante da República da Irlanda.

O último grupo do Euro 2016 tem em Portugal o seu claro favorito. No entanto, o equilíbrio entre as outras três equipas promete levar emoção a esta primeira fase.

A equipa das quinas chega ao Euro com a confiança reforçada por uma fase de qualificação sem sobressaltos, após Fernando Santos ter assumido o comando técnico. Cristiano Ronaldo é o capitão e maior referência da equipa, a quem se junta a experiência de nomes como Ricardo Carvalho, Pepe, Bruno Alves ou Moutinho e estreias em fases finais por parte de José Fonte, Raphael Guerreiro, Danilo Pereira, William Carvalho, Adrien, João Mário, André Gomes ou o mais novo de sempre: Renato Sanches – que divide com Marcus Rashford da Inglaterra o título de mais jovens do Europeu.

Ganhar o grupo é o primeiro objetivo dos portugueses, mas a meta, reiterada, é a vitória na competição.

A Islândia foi uma das seleções que capitalizou a oportunidade aberta pelo alargamento da fase final do Europeu a 24 equipas. A dupla de selecionadores Lars Lagerback e Heimir Hallgrimsson foram dos primeiros a carimbar o bilhete para França e terminou apenas atrás da República Checa num grupo de qualificação que contava também com Turquia e Holanda.

Gylfi Sigurðsson, médio ofensivo de remate fácil, milita no Swansea e é a grande referência da equipa islandesa. Alfred Finnbogason, após uma época com sete golos ao serviço do Augsburg na liga alemã e Hordur Magnusson, lateral dos quadros da Juventus que esteve esta época ao serviço do Cesena, são dois nomes em destaque. Por fim, Eidur Gudjohnsen, aos 37 anos, contribui com a experiência para as aspirações islandesas, mas ainda pode “dar uma perninha”.

A Áustria chega a este Europeu tendo-se qualificado “no campo” pela primeira vez, após ter recebido a edição de 2008. Com nove vitórias em dez jogos, com destaque para o decisivo 4-1 na Suécia, a Áustria tem em David Alaba a sua maior referência. O jogador do Bayern é hoje um dos melhores defesas esquerdos do mundo, mas joga no meio campo pela Áustria, deixando a lateral para o capitão Christian Fuchs.

Destaque também para o veterano ex-Porto Marc Janko, que marcou sete golos na fase de qualificação e também para o avançado do Stoke, Marko Arnautovic. A Áustria pode surpreender em França e é, à partida e após Portugal, o maior candidato à qualificação.

Em 2016, a Hungria volta a marcar presença na fase final de um Campeonato Europeu de Futebol, pela primeira vez desde 1972, ano em que a seleção magiar terminou em quarto lugar. Antes disso, no Europeu de Espanha, em 1964, a seleção húngara alcançou o último degrau do pódio, mesmo sem Ferenk Puskas, um dos melhores jogadores da história do futebol, entretanto naturalizado espanhol.

Sob a batuta do maestro Balázs Dzsudzsák e com o homem das calças de fato de treino na baliza – Gábor Király – a Hungria terá uma tarefa difícil perante adversários de qualidade, como a Áustria e Islândia, e o grande favorito do grupo F: Portugal.