O Partido Popular (PP) venceu as eleições espanholas que tiveram lugar este domingo.
Venceu em toda a linha – reforçou o número de votos e de deputados – face ao escrutínio de dezembro, mas não conseguiu a maioria absoluta que desbloquearia o processo de formação de Governo.
É para aí, contudo, que o primeiro-ministro interino vai avançar. “Reclamamos o direito a governar e a ser úteis aos espanhóis”, declarou Mariano Rajoy na noite eleitoral.
Com todos os votos apurados, o PP fica com 137 deputados – tinha 123 em dezembro – do congresso espanhol. Consegue 33% dos votos – mais 690 mil do que em dezembro e mais 2,4 milhões de votos do que o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
O PSOE de Pedro Sánchez foi, aliás, um dos derrotados da noite, mas não o único. Saiu das mesas de voto com 85 deputados – menos cinco do que em dezembro – e 23% dos votos.
De acordo com a imprensa espanhola, é pelo PSOE que Mariano Rajoy deve começar os seus esforços de investidura. No caso das negociações resultarem num novo impasse, a hipótese mais forte passa pela abstenção do PSOE na votação de um governo do PP. Ao PSOE pode juntar-se o Ciudadanos.
O partido de Albert Rivera é apontado como a principal vítima da repetição do ato eleitoral, com perdas profundas associadas ao voto útil. Foi quarto, com 32 deputados – tinha alcançado 40 em dezembro.
Ainda na lista de derrotados, o grande destaque vai para a da coligação Unidos Podemos – que junta a Izquierda Unida e o Podemos. A estratégia de Pablo Iglesias passava por reforçar a posição das esquerdas no ato eleitoral, mas não logrou ultrapassar o PSOE, como as primeiras sondagens à boca das urnas estimavam.
Acaba na terceira posição, com 71 deputados, e menos votos do que os que tinham conseguido em separado em dezembro. “Esperavamos uns resultados diferentes. É o momento de refletir”, resumia o líder do Podemos depois de conhecidos os resultados.
Iglesias foi ainda o alvo da grande crítica da noite eleitoral, com Pedro Sánchez a responsabilizá-lo pela melhoria de resultados do PP, ao acusá-lo de “intransigência” e de “olhar só pelos seus interesses”.
A abstenção rondou os 30%.