José Manuel Ribeiro levou a questão à reunião do Conselho Metropolitano do Porto, que vai pedir esclarecimento por escrito à TIP – Transportes Intermodais do Porto.

“O que se passa é que os cidadãos do meu concelho estão a ver-se desgraçados para fazer o carregamento dos Andantes”. José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Valongo, apresentou assim a questão e reforçou: “Está criado um problema gravíssimo para milhares de pessoas diariamente”.

Não estava na agenda, mas o autarca de Valongo decidiu levar o tema à mesa do Conselho Metropolitano do Porto, que se reuniu esta sexta-feira.

O responsável, que contou com a solidariedade de alguns dos presidentes de câmara presentes, admitiu algum desconhecimento sobre o processo que levou a que a rede de agentes Pagaqui ficasse com o exclusivo da compra e carregamento dos títulos Andante, mas adverte para o “impacto muito negativo” que a mudança estará a ter.

“Em Ermesinde, as pessoas que querem carregar o cartão só têm um ponto, que é a máquina de carregamento da estação da CP, porque Pagaqui não há”, sublinhou o autarca.

Pela Comissão Executiva, Avelino Oliveira assegura que a Área Metropolitana do Porto “tem vindo a acompanhar o caso” e assegurou aos autarcas que vai ser solicitado à Transportes Intermodais do Porto (TIP) um “esclarecimento por escrito sobre a matéria”.

Uma questão de hábito?

Questionada pela JPN, fonte da TIP garante que “neste momento, a Pagaqui já tem mais lojas aderentes do que tinha anteriormente a Payshop” na Área Metropolitana do Porto. “Já tem cerca de 700 postos envolvidos”, assegurou.

“O que está em causa é uma mudança de hábitos para os clientes que toda a vida se habituaram a carregar o Andante em determinado sítio”, prossegue.

Quanto a reclamações, a mesma fonte assume que têm sido recebidas algumas, “mas em termos de quantidade nada que tenha expressão alarmante”.

A empresa lembra que além dos agentes Pagaqui, podem ser usadas para a operação de compra e carregamento de títulos as máquinas que existem nas estações de Metro ou da CP, as lojas Andante ou o multibanco, no caso do carregamento dos passes.

Para esclarecer melhor a população sobre onde encontrar estas lojas, vão ser publicadas duas páginas de publicidade este sábado no “Jornal de Notícias” com a indicação de todas os agentes Pagaqui para que a população se informe sobre as alternativas mais convenientes.

Pagaqui ganhou concurso público

A Pagaqui é, desde o presente mês de junho, a empresa que detém o exclusivo da venda e carregamento do Andante, além dos equipamentos detidos pelas próprias operadoras. A mudança do serviço da Payshop para a Pagaqui aconteceu porque a segunda venceu o concurso público aberto pela TIP em julho do ano passado. A Pagaqui foi aliás a única empresa a apresentar uma proposta dentro dos prazos fixados e cumprindo os requisitos apresentados pelo caderno de encargos.

O resultado do concurso foi conhecido em fevereiro e até ao final de maio foi possível aos utentes carregarem os seus títulos em ambos os operadores, para assegurar uma fase de transição. Desde 6 de junho, a Pagaqui é a única rede de lojas que presta o serviço.

Alguns comerciantes optaram por permanecer com Payshop por considerarem mais desvantajosas as condições comerciais oferecidas.