Portugal está na final do Euro 2016 após bater por 2-0 o País de Gales. Golos de Ronaldo e Nani garantiram a primeira vitória nos 90' para a seleção portuguesa.

Na primeira meia-final do Euro 2016, Portugal carimbou o bilhete para a final de Paris após dois golos sem resposta à equipa surpresa do campeonato, o País de Gales de Bale – o jogador mais explosivo da competição. De um lado a estreante, do outro, o país que chegou a quatro meias-finais nos últimos cinco Euros.

Portugal mostrou que é um viajante experimentado. Apesar de este ter sido mais um jogo provavelmente aborrecido para um adepto “neutro”, a equipa portuguesa foi sempre mais calma e acutilante no ataque. Após mais uma primeira parte sem golos, Portugal respondeu à boa entrada de Gales e em cinco minutos, tratou da “papelada” e garantiu o sonho de Paris.

Nos onzes iniciais, duas baixas para cada lado: Portugal tirou Pepe (lesionado) e William (suspenso), que deram o lugar a Bruno Alves (estreante nesta edição) e Danilo Pereira, respetivamente. Ben Davies e o médio Aaron Ramsey, também suspensos, deram lugar a Collins e Jonathan Williams. Para além destas alterações, Raphael Guerreiro voltou para o lugar de Eliseu.

O primeiro passo para a viagem: análise às necessidades

As duas equipas entraram expectantes e aos 3′ minutos Ronaldo do lado de Portugal e Robson-Kanu pelos galeses, tentaram esticar o jogo, Ronaldo ficou a pedir pela falta que Kanu fez. O jogo voltava à troca de bola entre as defesas e lançamentos largos nas costas das defesas.

A seleção gaulesa tentava pegar no jogo, mas Joe Allen imprudente na condução de bola, acabou por cometer falta sobre Nani para cartão amarelo. A bola voltava para Portugal. A equipa portuguesa tentou por duas vezes servir Ronaldo ao minuto dez. Primeiro, o capitão foi agarrado no pescoço e caiu a pedir um penálti que terá ficado mesmo por marcar. Na segunda, precipitado, falhou um pontapé de bicicleta.

Mais uns toques em falso e a seleção portuguesa confirmava a ansiedade natural do momento, apesar de ter mais bola, o jogo era muito intermitente até aos 16′ quando um bom entendimento soltou João Mário à direita que tentou um remate cruzado: ao lado da baliza de Hennessey.

Aos 18′, Gareth Bale conseguiu ganhar a bola com espaço e ganhou um canto para o País de Gales. Ledley bateu rasteiro e Gareth Bale, sozinho de marcação, recuou para receber a bola e rematar por cima da baliza portuguesa. Pouco depois, Bale esticava o jogo pela direita e cruzava tenso para Patrício recolher: Gales parecia subir no terreno. Mais um minuto, e Bale fazia nova cavalgada antes de rematar à figura do guardião do Sporting.

Pouco depois, novo esticão pela direita, cruzamento e cabeceamento perigoso de King que deu mais um canto sem sucesso. No contra-ataque, Renato Sanches transportou e ganhou um lançamento no ataque. Na sequência, grande insistência de Cedric, que cruzou para Hennessey tirar o “doce” a Ronaldo.

Portugal, instalou-se no meio-campo galês até aos 30 minutos, quando Cedric reavivou a expressão “3 pontos para o País de Gales” nos lares portugueses: remate de longe e muito desviado do lateral. Adrien voltava a rematar de longe pouco depois. Três remates para cada lado aos 35′.

Mas a resposta portuguesa durou pouco tempo e os galeses ocuparam o meio-campo português, ainda que sem grande acutilância, Portugal tentou um cruzamento por Renato aos 36′ mas a defensiva galesa cortou. Mais Gales até aos 40′. Até ao intervalo, Portugal pegou na bola, mas pouco conseguia fazer. Aos 42′, Guerreiro desequilibrou e Ronaldo rematou para ganhar canto. João Mário bateu e Bruno Alves, ao segundo poste, cabeceou frouxo.

Pouco depois, Adrien trabalhou bem pela esquerda e cruzou muito bem para o segundo poste: Ronaldo ganhou de cabeça pela primeira vez, mas saiu desviado. Ouviam-se os portugueses nas bancadas e, sem descontos de tempo, terminava a primeira parte.

A pré-reserva e a confirmação. Sentido: Paris.

O País de Gales entrou mais mandão no segundo tempo: voltava a posse defensiva intercalada com esticões de Bale, mas continuava a ter pouco sucesso. Aos 49′, Adrien ganhou uma falta a meio-campo que João Mário bateu, ganhando um canto. Cruzamento de Raphael Guerreiro, Ronaldo elevou-se ao segundo poste e fuzilou de cabeça as redes de Hennessey. Golo de Portugal.

Aos 53′, novo livre, na ressaca, Ronaldo tentou um remate de longe, Nani desviou e enganou o guardião galês. 2-0 para Portugal e a final cada vez mais perto.

Saía Ledley por Vokes e, até aos 60′, Gales assumiu a bola, mas com pouco acerto. Dois minutos depois, mais um livre em boa posição – ligeiramente desviado para a direita: Ronaldo bateu para a malha superior. Gales respondia aos 64′ com um livre de Bale, para defesa fácil de Patrício.

De seguida, Renato deu para Nani rematar de longe, no ressalto João Mário com tudo para marcar, rematou ao lado. Bale ripostava, cruzou pela direita e Fonte deixou Vokes fugir para mais um cabeceamento ao lado. À entrada para os 70 minutos, novo canto português permitiu um cabeceamento perigoso a Fonte. Na sequência, Bruno Alves, levou amarelo por impedir o pontapé de Hennessey. Ronaldo, pouco depois, via também um amarelo.

Aos 73′, Renato tentou uma última arrancada, rematou por cima, e foi substituído por André Gomes. Portugal dava a iniciativa a Gales e Bale cruzou para Chester errar o alvo e depois tentou um remate de muito longe para defesa fácil de Patrício. Pouco depois, nova avançada portuguesa, Ronaldo rematou contra o defesa e novo canto para João Mário, na sequência do lance Danilo ganhou a bola, entrou na área e rematou à figura.

Adrien deu lugar a João Moutinho enquanto Bale e companhia lutavam para se manter no Euro. Novo ‘torpedo’ da grande figura galesa para defesa de Patrício e insistência até aos 82′, nova falta sobre o avançado do Real. Em posição central, Bale rematou à barreira e Portugal repunha a segurança e começava a tentar circular a bola, perdendo tempo.

Aos 86′, um grande passe de André Gomes deixou Ronaldo isolado: o capitão português recebeu de peito, sentou o guarda-redes mas rematou às malhas laterais. Saía Nani por Quaresma. Mais ataques falhados de Gales e amarelo para Bale após jogo perigoso sobre Cedric, sempre lutador.

Quaresma ganhava um canto aos 89′, que o próprio bateu com perigo, para cabeceamento frouxo, de Ronaldo – que estava sob pressão. Já na compensação, uma jogada algo confusa dos portugueses deixou a bola em Quaresma que ganhou uma falta ao fazer um túnel sob o adversário. No livre direto a 24 metros, Ronaldo bateu mais uma vez contra a barreira.

O País de Gales ainda tentou mas não havia volta a dar: Portugal está na final do Euro 2016. Segue-se a França ou a Alemanha, domingo, dia 10 de julho. Fernando Santos pensou bem a estratégia, fez bem a “mala” para esta viagem e garante o regresso apenas a 11 de julho, como prometera.

Ficha de jogo

Portugal

Onze inicial: Rui Patrício; Cédric, Fonte, Bruno Alves e Raphäel Guerreiro; Renato Sanches, Adrien, Danilo e João Mário; Nani e Ronaldo.
Suplentes utilizados: André Gomes, João Moutinho
Treinador: Fernando Santos

País de Gales

Onze inicial: Hennessey; Collins, Ashley Williams e Chester; Gunter, King, Ledley, Allen e Neil Taylor; Bale; Robson-Kanu
Suplentes utilizados: J. Ledley, J. Collins
Treinador: Chris Coleman