A seleção portuguesa é campeã europeia de futebol após furar o domínio de uma poderosa França com a maior surpresa do Europeu! Éderzito fez-se Éderzão: sofreu faltas, segurou, aguentou tudo e bateu certeiro para ultrapassar Lloris aos 108′, já no prolongamento.

Esta é a primeira vez que Portugal vence uma grande competição internacional, estabelecendo também o recorde de jogador mais jovem numa final – Renato Sanches, que ultrapassa Ronaldo. O capitão dos campeões da Europa saiu de maca ainda na primeira parte (após entrada dura de Payet) e viveu o jogo, ansioso, no banco de suplentes.

Mas vamos ao jogo: a França manteve o onze que eliminou a campeã mundial na meia-final, já Portugal fez duas alterações: saíram Bruno Alves e Danilo, entraram Pepe e William Carvalho.

Primeiros disparos da França: defesa portuguesa O.K., Ronaldo saiu K.O.

Portugal entrou algo trapalhão, cedendo por duas vezes a bola e deixando a França a controlar a posse. Aos 4′, porém, um grande passe de Cedric isolou Nani, que recebeu bem de peito e rematou acima da barra. Pouco depois era Griezmann a fazer sinal de presente com um remate às malhas laterais e a cabecear aos 10′ para grande defesa de Patrício.

No entanto, a entrada de Payet sobre Ronaldo aos 8′ acabou por marcar a primeira parte. Um embate joelho-contra-joelho levou o capitão português a abandonar o relvado em lágrimas – ainda tentou voltar com ligadura, mas teve mesmo de ser rendido por Quaresma. Portugal reordenava-se com o “talismã” à direita, João Mário à esquerda e Nani no centro do ataque.

Com o jogo a arrefecer até à meia-hora, Sissoko era o homem que mais o tentava baralhar, com grandes arrancadas e dois remates perigosos. Aos 35′, primeiro cartão amarelo para Cédric, que carregou Payet nas costas. A seguir, primeira boa arrancada de Renato Sanches levou o perigo à grande área francesa, com um remate de Guerreiro a ser desviado. No canto, João Mário colocou em José Fonte que cabeceou ao lado.

A final do Euro chegou ao intervalo após bons entendimentos entre Mário e Guerreiro, bem como outros lances de disputa de bola onde os portugueses começavam a “fazer peito” aos adversários. Portugal subia de rendimento, mas a França ameaçou e controlou mais durante o primeiro tempo.

Os sistemas a encaixar e Gignac a assustar

Os primeiros cinco minutos da segunda parte foram bem disputados, mas ambas as defesas conseguiram sempre superiorizar-se às investidas do ataque. Aos 52′, Sissoko ganhou a linha mais uma vez e Pepe cortou para canto, que Patrício agarrou em dois tempos. Três minutos depois, João Mário ganhou espaço (e um canto) à esquerda mas Quaresma não conseguiu bater bem a bola parada.

Durante os 60′, Deschamps trocava Payet por Coman, tentando responder ao baixo ritmo de jogo que Portugal conseguiu impor. Fernando Santos, por seu lado, tentava acrescentar critério à construção ofensiva portuguesa fazendo entrar Moutinho por Adrien após um lance perigosíssimo com Griezmann a cabecear ao lado já na pequena área portuguesa.

Aos 70′ o perigo regressou à baliza das quinas, com Coman a entrar pela área portuguesa adentro, cruzando para corte de William e, pouco depois, Patrício a defender um remate de Giroud – que sairia de seguida para entrar Gignac, quando Fernando Santos trocou Renato por Éder – fazendo o jogo “quebrar” um pouco mais.

Aos 80′, um cruzamento-remate de Nani e um pontapé de bicicleta de Quaresma na sequência do lance, aqueceram as luvas de Lloris. De seguida, Nani tentou um remate de muito longe e Sissoko respondeu na mesma moeda mas Patrício, sempre atento e seguro, defendeu. Aos 91′, grande jogada de Gignac que rodou sobre Pepe e rematou ao poste, na jogada de maior perigo do tempo regulamentar. Prolongamento.

O maior “patinho feio” a desfazer o sonho francês

O jogo regressou novamente “encaixado” com Portugal muito recuado. Aos 94′, Éder ganhou uma falta em zona central e Quaresma bateu para cabeceamento de Pepe, que estava em fora de jogo. Pouco depois, William Carvalho e Matuidi viram o amarelo com dois cortes perigosos – o mesmo número de cantos que Griezmann bateu sem sucesso até aos 100′.

A segunda parte começou com Portugal a pedir a expulsão de Matuidi, após jogo perigoso sobre Moutinho, mas o árbitro não mostrou o amarelo (seria o segundo). “Guardou-o” para dar ao injustiçado Koscielny – a mão foi de Éder -, por suposta mão na bola. No livre, Raphael Guerreiro fez estremecer a barra de Lloris.

Aos 108′, Éder segurou na esquerda, aguentou a bola até ao limite do impossível contra o quarteto defensivo francês, puxou-a para o centro e rematou de fora da área para um grande golo: 1-0 para Portugal!

A França fez entrar Martial para a pressão final. Patrício segurou um cruzamento aos 112′, Portugal “limpou” um canto pouco depois e William e o quarteto defensivo português pareciam insuperáveis. No banco, Ronaldo mesmo coxo, mostrava-se irrequieto. Portugal ainda esticou por duas vezes, resistiu a todos os contra-ataques da França e ganhou o direito a dizer: Portugal é campeão europeu de futebol!

Ficha de jogo

Portugal

Onze inicial: Rui Patrício; Cédric, Pepe, José Fonte e Raphäel Guerreiro; Renato Sanches, William Carvalho, Adrien, e João Mário; Nani e Ronaldo.
Suplentes utilizados: Quaresma, Moutinho e Éder
Treinador: Fernando Santos

França

Onze inicial:  Hugo Lloris; Sagna, Koscielny, Umtiti e Evra; Paul Pogba e Matuidi; Sissoko, Antoine Griezmann e Payet; Olivier Giroud.
Suplentes utilizados: Coman, Gignac, Martial
Treinador: Didier Deschamps