A Universidade do Porto (UP) foi a instituição de ensino mais procurada na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA). De acordo com os resultados disponibilizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), houve 7.736 candidatos para as 4.160 vagas abertas, o que corresponde a quase dois candidatos por vaga.

Não é assim de estranhar que a instituição tenha visto ocupada a quase totalidade das vagas: 99,3%. Apenas três cursos dos 52 da UP a concurso têm vagas sobrantes: Engenharia de Minas e Geoambiente, Química e Ciências de Engenharia.

No Instituto Politécnico do Porto (IPP), o maior politécnico do país e a segunda maior instituição pública de Ensino Superior da cidade, o número de candidatos também superou a oferta: 3.399 para 2.989 vagas abertas.

São ainda ministrados na Universidade do Porto três dos cinco cursos com média mais elevada, pertencendo contudo ao Instituto Superior Técnico os dois cursos com nota de entrada mais alta (ver lista abaixo).

Em termos de classificação média de entrada, a UP volta a liderar, seguida da Universidade Nova de Lisboa e do ISCTE-IUL, sendo que nestas duas instituições lisboetas não sobrou qualquer vaga para a segunda fase.

Sobram 8 mil vagas para a segunda fase

No total nacional, entraram nesta primeira fase 42.958 novos estudantes no Ensino Superior, um valor que representa um aumento de 2,1% face ao ano anterior, num ano que teve também um maior número de candidatos. 87% foram colocados.

Das 50.688 vagas colocadas a concurso, foram preenchidas 84% – sobram 8.022.

A segunda fase do CNA arranca já esta segunda-feira e prolonga-se até dia 23. Os resultados são conhecidos dia 29.

O MCTES estima que o número de novos alunos atinja, este ano letivo, 78.250, sendo 46.700 através das três fases do CNA e 24.100 a entrar por outras vias de acesso de que são exemplo os Cursos Superiores Técnicos Profissionais, os maiores de 23, entre outros.

CNA representa 2/3 das entradas

O ministério aproveitou a divulgação dos resultados da primeira fase para apresentar um estudo desenvolvido pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) que contém dados para melhor compreender de que forma se faz a transição em Portugal entre o Ensino Secundário e o Superior.

O trabalho indica, por exemplo, que é muitíssimo mais provável que um estudante do Superior venha de um dos cursos científico-humanísticos do que de um profissional. Em 2014/2015, dos alunos que no ano anterior estavam num curso científico-humanístico, 84% estavam no Superior. Essa percentagem é de 18% nos estudantes da via profissional e de 55% nos cursos artísticos especializados.

Os dados permitiram ainda concluir que 91% dos estudantes continuam no Ensino Superior no ano seguinte ao do ingresso.

Registe-se que 2/3 das novas entradas no Ensino Superior se fazem pelo Concurso Nacional de Acesso. O ministério adverte, por isso, ser necessário analisar com cuidado as taxas de ocupação de vagas no CNA no caso dos Politécnicos – onde, na maioria dos casos, elas são bastante mais baixas que nas universidades – uma vez que apenas 66% dos novos alunos deste subsistema entra pelo regime geral.

Nesta primeira fase, os Institutos Politécnicos de Bragança (29%) e Tomar (31%) voltam a ser as instituições com menor percentagem de vagas ocupadas.

Os 10 cursos com médias mais altas

E eis que uma Engenharia – Aeroespacial, do Técnico – destrona Medicina no lugar cimeiro dos cursos com médias de entrada mais elevadas. Aliás, quase um em cada três alunos colocados ficaram num curso de Ciências e Tecnologia e mais de 17% ficou num de Saúde.

1.º Engenharia Aeroespacial – IS Técnico – 185,3
2.º Engenharia Física e Tecnológica – IS Técnico – 185,3
3.º Engenharia e Gestão Industrial – FEUP – 184,8
4.º Medicina – FMUP – 184,0
5.º Medicina – ICBAS – 182,5
6.º Bioengenharia – FEUP – 182,0
7.º Medicina – U.Minho – 181,7
8.º Matemática Aplicada e Computação – IS Técnico – 180,5
9.º Medicina – U.Coimbra – 179,8
10.º Engenharia Biomédica – IS Técnico – 179,5