O Boavista já não perdia no Bessa há quase seis meses e procurava manter o registo incólume. A última derrota caseira tinha sido contra o Benfica, em jogo a contar para a 27º jornada da I Liga 2015/2016. Por sua vez, o Feirense procurava continuar na senda das vitórias, iniciada na quarta jornada da I Liga, frente ao Tondela.

Na primeira parte, apesar de se assistir a um domínio avassalador por parte da equipa da casa, foi a formação de Santa Maria da Feira que levou a melhor. A equipa azul e branca inaugurou o marcador, através de Tiago Silva, no minuto 28, na única vez que foi à baliza axadrezada, revelando uma eficácia notável.

Na segunda parte, o jogo tornou-se muito quezilento e faltoso. No entanto, o congolês Bukia viria a marcar um golo de belo efeito, a favor da equipa da casa, empatando a partida. Já em tempo de descontos, completamente contra o rumo do jogo, a formação de José Mota volta a congelar os axadrezados. Vítor Bruno, na conversão de um livre à entrada da área, coloca os visitantes novamente em vantagem e sela o triunfo forasteiro.

Primeira parte com Boavista dominador

O Boavista teve uma entrada forte no jogo, impondo-se com ousadia sobre o adversário e assumindo a posse de bola. No entanto, faltou à equipa da casa assertividade. Em sete cantos e 12 livres, apenas conseguiram incomodar Peçanha, guarda-redes da equipa visitante, por duas vezes, com dois remates à baliza.

Por sua vez, o Feirense revelou muitas dificuldades para sair em ataque organizado. Apesar disso, na única vez que a equipa de José Mota conseguiu ir à baliza adversária, inaugurou o marcador.

Tiago Silva, aos 28’, abriu o marcador a favor dos visitantes, aproveitando uma jogada que teve início num erro defensivo de Lucas, defesa-central axadrezado, que perdeu a bola para Luís Aurélio em zona proibida.

Segunda parte muito faltosa

15 faltas e quatro cartões foi o que resultou de uma parte recheada de conflito, muita paragem e pouco espetáculo. Exceção feita para o minuto 73, numa jogada em que Bukia foi protagonista. Com uma execução perfeita, o camisola 95 do Boavista FC estabeleceu o empate, levantando as bancadas do Estádio do Bessa, proporcionando aos espectadores o momento da tarde. Os axadrezados reacendiam assim as esperanças de levar de vencida os Azuis da Feira.

Até ao final da partida, a equipa do Bessa continuava por cima no jogo. Já a equipa azul e branca concentrava-se em defender o resultado, com robustez defensiva. Contudo, nesta fase, o jogo perdeu ritmo. O árbitro Bruno Esteves acabou por permitir muitas paragens e por duas vezes José Mota foi forçado a fazer substituições na equipa por lesões.

Em tempo de descontos, completamente contra a corrente do jogo, Lucas volta a cometer um erro. O defesa faz falta à entrada da área e é expulso. Vítor Bruno, na conversão do livre, coloca a bola no ângulo e não dá hipótese ao guarda-redes Meira.

Crueldade do futebol e lágrimas no balneário

Erwin Sanchez, em conferência de imprensa, lamentou a derrota sofrida já nos descontos, referindo que, por vezes, o futebol consegue ser cruel. Paralelamente, deixou escapar que há um jogador no balneário em lágrimas (referindo-se a Lucas Tagliapietra). No entanto, realçou que não se podem atribuir culpas a um só jogador, porque se trata de um coletivo, tanto nas vitórias como nas derrotas. Já José Mota frisou que a sua equipa, ao nível de caráter, é uma das melhores deste campeonato.

Com este resultado, o Boavista FC mantem-se no 12º lugar com os mesmos cinco pontos. O Feirense salta do 10º lugar para o 7º lugar, agora com nove pontos.

Ficha de jogo

Boavista FC
Onze Inicial: Mickael Meira, Tiago Mesquita, Nuno Henrique, Lucas Tagliapietra, Talocha, Idris, Tengarrinha, Renato Santos, Fábio Espinho, André Bukia, André Schembri
Suplentes Utilizados: Iuri Medeiros, Erivelto, Digas
Treinador: Erwin Sanchez

CD Feirense
Onze inicial: Peçanha, Sérgio Barge, Icaro, Luís Rocha, Vítor Bruno, Semedo, Cris, Luís Aurélio, Luís Machado, Tiago Silva, Anastasios Karamanos
Suplentes utilizados: Jean Sony Alcenat, Higor Platiny, Fábio
Treinador: José Mota