Portugal recebeu e venceu esta sexta-feira a congénere de Andorra, por uns expressivos 6-0, dando um passo em frente rumo à qualificação para o Mundial 2018, na Rússia. Em Aveiro, onde o apoio foi constante, a seleção teve uma entrada fulgurante, respondendo à derrota na primeira jornada em Basileia.
Após um minuto de silêncio em memória de Mário Wilson, iniciou-se a partida e desde logo foi possível observar as duas equipas em 4-4-2, com Portugal a pressionar alto e Andorra com linhas bastante baixas.
Em cinco minutos, dois golos de Cristiano Ronaldo começaram a sentenciar a partida. A acabar o primeiro tempo, Cancelo voltou a marcar, tal como frente a Gibraltar. Na segunda parte, manteve-se a supremacia lusa: mais dois de Ronaldo, André Silva estreou-se a marcar pela seleção e Andorra ficou reduzida a nove elementos.
Mexidas trouxeram criatividade
Antevendo alguma incapacidade ofensiva por parte do adversário, Fernando Santos optou por fazer várias alterações no onze, apresentando um 4-4-2 com maior capacidade técnica e poder de acelerar o jogo, em vez de jogadores que dessem uma maior consistência defensiva. Ganharam-se ideias e não se perdeu a agressividade sem bola.
As mexidas no meio-campo e no ataque mostraram as diferenças. No meio-campo, com Adrien lesionado e William no banco, Moutinho e André Gomes foram a jogo imprimindo velocidade e qualidade técnica ao jogo da equipa. No ataque a dupla Ronaldo/André Silva causou estragos desde o início do jogo. A mobilidade e alta rotação dos dois setores mais avançados permitiu que a seleção estivesse quase sempre junto à baliza do guarda-redes andorrano.
Jogar depressa mas sem pressa
Portugal tinha como objetivo entrar pressionante para chegar ao golo o mais cedo possível. A missão foi rapidamente cumprida. Cristiano Ronaldo quis mostrar porque fez falta em Basileia e nada melhor do que dois golos numa altura em que ainda entravam adeptos no estádio.
A seleção nacional dominava o jogo, criando sucessivas chances de golo, perante uma equipa que não conseguia guardar a bola por muito tempo face à pressão dos jogadores portugueses. André Silva, à procura do primeiro tento por Portugal, mostrou-se muito disponível para o jogo, permitindo, juntamente com os colegas, que Josep Gomes cedo se destacasse como a melhor unidade do lado visitante.
Aos 44′, João Cancelo, numa jogada individual pela direita, fez o 3-0 rematando por entre o poste e o guarda-redes, surpreendendo todos aqueles que esperavam um cruzamento para a pequena área. Portugal chegou ao final da primeira parte com três golos de vantagem, podendo ter sido mais. Andorra teve apenas um lance de perigo, com um remate ao lado após uma bola perdida na área portuguesa.
Novo início de jogo, novo golo de Ronaldo, a responder a um cruzamento de André Gomes. Fernando Santos viu-se por esta altura obrigado a lançar Antunes para o lugar de Guerreiro que saiu com algumas queixas.
A partir do quarto golo, a equipa da casa abrandou o ritmo de jogo, não prescindindo de dilatar a vantagem, continuando a acumular ocasiões claras de golo. Ora André, ora Cristiano, ora Bernardo, todos iam dando trabalho a Gomes. Quando não era ele, estava a barra a negar o golo a André Silva.
De seguida, o selecionador lançou João Mário e mais tarde deu oportunidade a Gelson Martins de se estrear pela seleção principal. Do lado contrário, Andorra ficou reduzida a nove devido a duas expulsões, uma delas por vermelho direto, castigando uma entrada perigosa sobre Cristiano Ronaldo.
Se Portugal já estava por cima do jogo contra onze, mais facilitada ficou a gestão do resto da partida. Ainda houve tempo para André Silva colocar a bola dentro das redes andorranas. A fechar o encontro, surgiu, também o único remate da seleção de Andorra enquadrado com a baliza de Rui Patrício que se esticou e amarrou o esférico.
“É preciso melhorar. Não podemos facilitar”
Na conferência de imprensa, Fernando Santos mostrou-se satisfeito com o resultado e com a entrada em jogo, não deixando de salientar que a equipa “adormeceu” após o segundo golo. Para o selecionador “é preciso melhorar” e rejeita facilitismos. Fernando Santos também referiu que se preocupa sobretudo com o coletivo, não querendo individualizar ninguém. Sobre o jogo de segunda-feira, espera um jogo difícil e garante que quer ganhar para que Portugal apenas dependa de si próprio para garantir o apuramento.
Já Koldo Alvarez lamentou as duas expulsões e lançou o mote aos seus jogadores: “Temos de mostrar que isto foi um acidente. Daqui a três dias vem a Suíça, em casa, e temos de jogar bem, sobretudo porque estamos diante dos nossos adeptos.
Quanto aos jogadores, na flash da RTP, Cristiano Ronaldo disse estar feliz pelo regresso à equipa e pelos quatro golos marcados. Para André Silva, foi o cumprir do “sonho de marcar pela seleção” mas o mais importante foi a vitória. Já João Mário destacou o objetivo cumprido de entrar forte no jogo e quanto às Ilhas Faroé, reconhece que “são um adversário forte, que merece respeito”.
Suíça sofre em Budapeste. Ilhas Faroé continuam a surpreender
Nos restantes jogos do grupo B, a Suíça somou mais três pontos ao vencer pela margem mínima na Hungria (2-3), enquanto que as Ilhas Faroé foram a Riga derrotar a Letónia por 2-0, mantendo o segundo lugar do grupo, agora com quatro pontos.
Ficha de jogo
Competição: Campeonato do Mundo 2018 – Fase de Qualificação
Estádio: Municipal de Aveiro, Portugal
Assistência: 25,120
Golos: Cristiano Ronaldo (4), João Cancelo (1) e André Silva (1)
Cartões Amarelos: Pepe (35′), Victor Rodríguez (27′), Jordi Rubio (53′ e 61′), Ildefons Lima (84′)
Cartões Vermelhos: Jordi Rubio (61′), Marc Rebés (70′)
Equipa de Arbitragem
Árbitro: Oliver Drachta (Áustria)
Árbitros Assistentes: Roland Brandner e Stefan Kuehr
Quarto Árbitro: Manuel Schuettengruber
Portugal
Onze inicial: Rui Patrício; Pepe; Raphael Guerreiro; José Fonte; Cristiano Ronaldo ©; João Moutinho; Bernardo Silva; André Gomes; André Silva; Ricardo Quaresma; João Cancelo
Suplentes utilizados: Antunes; João Mário e Gelson Martins
Treinador: Fernando Santos
Andorra
Onze inicial: Josep Gomes, Cristian Martínez, Marc Vales, Ildefons Lima, Marcio Vieira, Jorid Aláez, Max Llovera, Marc Garcia, Victor Rodríguez, Jordi Rublo
Suplentes utilizados: Marc Pujol e Victor Moreira
Treinador: Koldo Alvarez
Artigo revisto por Filipa Silva