São seis dias e 20 sessões, com 28 convidados internacionais. O Fórum do Futuro 2016 foi apresentado esta terça-feira, em conferência de imprensa, no Teatro Rivoli. O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, prometeu temas mais “duros e complexos” e maior “diversidade cultural”. O programa deste ano aborda questões como o racismo, a crise dos refugiados e o papel da fé no mundo moderno.

Da religião à questão dos refugiados

A terceira edição do Fórum do Futuro abre com a presença do cardeal Gianfranco Ravasi (1 de novembro, 17h00, Rivoli), que vem ao Porto discutir “Quem é o grande arquiteto?”, num debate que pretende ligar o divino aos desafios práticos do mundo moderno.

Ainda nesse dia, o neurocientista Carl Edward Shoonover (1 de novembro, 21h30, Rivoli) vai falar dos mistérios do cérebro e participar numa conversa sobre as ligações entre arte e ciência. Com ele vão estar o físico Chris Llewellyn Smith e Jem Finer, músico, fotógrafo e cineasta.

img_5205_Já a 2 de novembro, Llewellyn Smith, da Universidade de Oxford, volta a solo ao Rivoli (16h00) para discutir as alterações climáticas e a relação destas com o consumo.

John Akomfrah (4 de novembro, 19h00, Rivoli), realizador, vai abordar a história negra em “Estamos aqui: black lives matter”. Ainda na área das artes, destaca-se a presença do fotógrafo africano Samuel Fosso (3 de novembro, 16h00, Rivoli). Estão também marcadas exibições dos documentários “The act of Killing” (5 de novembro, 15h00, Rivoli)  e “The Look of Silence” (6 de novembro, 15h00, Rivoli) de Joshua Openheimer, que vai marcar presença no último dia do evento.

O fórum encerra com uma conversa subordinada ao tema “Refugiados: na linha da frente”. Nela participam Hasan Kara, presidente da câmara municipal da cidade turca de Killis, o presidente da câmara de Chios, na Grécia, assim como o refugiado sírio Hassan Akad. A moderação fica a cargo de Patrick Kingsley, jornalista do “The Guardian”.

Há ainda um baile funk argentino (5 de novembro, 23h30, Rivoli) e uma sessão de meditação.

O Teatro Rivoli é, como já se percebeu, o centro nevrálgico do evento, mas o Fórum do Futuro também vai passar pelo Museu de Serralves (sessão a 3 de novembro com Hans Ulrich Obrist)), pela Casa da Música (sessão a 4 de novembro com Luca Francesconi e Paulo Tunhas) e pelo Mosteiro de São Bento da Vitória (com o escritor Tahar Ben Jelloun que vem falar de “Violência e barbárie” do mundo).

O futuro, dois anos mais tarde

Organizado pela Câmara Municipal do Porto desde 2014, o Fórum do Futuro discute questões relacionadas com o desenvolvimento da humanidade e os desafios contemporâneos.

O autarca Rui Moreira destaca maior facilidade em angariar convidados “a cada ano” e aponta a crescente popularidade do Porto como um dos motivos. Ao nível do orçamento, destaque para um aumento de 10 mil euros no investimento que passa agora para os 140 mil euros.

Para além do presidente da Câmara do Porto, estiveram presentes na apresentação do programa Nuno Carinhas, diretor artístico do Teatro Nacional São João e o diretor-geral da Casa da Música, Paulo Sarmento e Cunha, assim como João Ribas, curador sénior do Museu de Serralves e Guilherme Blanc, adjunto do pelouro da Cultura da Câmara do Porto.

As edições anteriores do Fórum do Futuro contaram com a presença de convidados tão diversos como o Nobel da Física Jonh C.Matter e a ex-atriz pornográfica Sasha Grey.

A entrada continua livre, mas os bilhetes têm de ser levantados previamente.

Artigo revisto por Filipa Silva