O festival Brands Like Bands deste ano chegou ao fim. A última de quatro noites de concertos – antes desta houve dois espetáculos em Lisboa (1 e 8 de outubro) e um no Porto – passou pelo Hard Club, no sábado, e teve direito a casa cheia.

O que começou por ser um projeto-piloto, em 2013, revelou-se um sucesso, segundo a organização. “Em quatro anos, o cartaz passou de nove para catorze bandas e triplicou as audiências”, contou ao JPN Sílvia Pouseiro, da Histórias Partilhadas, empresa promotora do evento.

Ao palco, este sábado, subiram bandas de quatro empresas: os Ar de Coro, AudioCEiiA, Popular Beats e Liberty Big Band.

Os Ar de Coro nasceram em 2012 no seio do Grupo Impresa no Norte, sob a orientação do músico e maestro António Miguel Teixeira. Participam pela segunda vez no evento. Os 15 membros da SIC, Visão e Expresso abriram a noite com uma interpretação à capela de Dunas, dos GNR, e passaram por temas de Bob Marley e de música popular brasileira.

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Ar de Coro Foto: Inês Fraga

Foi também a segunda participação dos AudioCeiiA, que puseram toda a sala a cantar temas dos Ornatos Violeta, Arctic Monkeys, Led Zeppelin e o clássico “Fellin’ Good”, eternizado por Nina Simone.

Em conversa com o JPN, os membros da banda contaram que se juntaram em 2014 por iniciativa do departamento de Recursos Humanos para celebrar o Dia Mundial da Música. Em duas semanas, perceberam que havia inúmeros trabalhadores do CEiiA, centro de engenharia e investigação, que tinham aptidão e paixão pela música. “Tínhamos dois baixistas, quatro ou cinco guitarristas, dois bateristas, e fomos selecionando até ficarmos com este núcleo. A Susana [vocalista] juntou-se mais tarde”, disse Carlos, o baixista.

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AudioCeiia Foto: Inês Fraga

O grupo, que toca em todos os eventos internos da empresa, planeia começar a trabalhar em temas originais, sem abandonar os “covers”, “porque é o que põe as pessoas a cantar”. Todos os cinco membros da banda concordam que trocavam a engenharia por uma carreira exclusivamente musical.

De seguida subiram ao palco os Popular Beats, em estreia absoluta. Surgiram através de um desafio lançado ao Banco Popular pela Histórias Partilhadas, promotora do evento. Em vez de criar apenas uma banda, o grupo formou duas: os Popular Beats, no Norte, e os Popular Crew, a representar a intituição no Sul do país. Num tom de jazz, trouxeram temas dos Queen e de Tina Turner.

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Popular Beats Foto: Inês Fraga

Por fim, a última atuação na noite esteve a cargo dos Liberty Big Band, que marcam presença pela terceira vez no festival. Começaram em 2012, para as Comemorações do Centenário do Liberty Mutual Group e contam com 10 elementos. O grupo contagiou o público com um reportório variado, que foi desde Iggy Pop, The Police, Queen e David Bowie a Britney Spears. Preparam para breve um trabalho de originais.

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Liberty Big Band Foto: Inês Fraga

Bandas oferecem “lições de fidelização”

As Conferências Brands Like Bands nasceram em 2009, inspiradas no 30º aniversário dos Xutos & Pontapés. Fernando Gaspar Barros iniciou este projeto com um livro sobre o percurso da banda portuguesa, com a aspiração de que fosse inspirador para as marcas. O objetivo deste projeto é transportar o mundo da música para dentro das empresas e das suas estratégias de marketing, branding e de comunicação.

“Acreditamos que as bandas, que todos nós já ouvimos falar ou a sua banda ou artista favorito, mais do que música oferecem-nos lições de fidelização e de envolvimento com o público, externo e interno. As marcas, por seu lado, existem para que as organizações possam fazer exatamente o mesmo: estabelecer e desenvolver relações”, diz o fundador.

A primeira edição do festival começou por ser um projeto piloto e aconteceu em 2013, em Lisboa, numa parceria com a Histórias Partilhadas, uma empresa que cria, desenvolve e gere projetos na área da comunicação e criatividade.

“As empresas mostraram interesse em continuar e, em quatro anos, o cartaz passou de nove para catorze bandas e triplicou as audiências. O cariz solidário começou na segunda edição, em parceria com a Orquestra Geração, que apoia jovens carenciados através da música. Desde aí, o evento chegou ao Porto por dois anos consecutivos e já ajudou seis associações de beneficência social”, explicou Sílvia Pouseiro, da Histórias Partilhadas.

No Porto, o total de receitas (3 euros de entrada ou bens de valor equivalente) reverteu a favor do Centro Raríssimas da Maia, uma associação que ajuda na reabilitação de doentes com deficiências mentais e raras.

Em Lisboa, foi possível angariar um valor superior a mil euros para cada uma das associações envolvidas – Ajuda de Berço e Casa dos Rapazes -, segundo a organização.

Artigo editado por Filipa Silva