O FC Porto venceu esta terça-feira o Club Brugge por 2-1 e garantiu a primeira vitória na Liga dos Campeões. Os “azuis e brancos” estiveram a perder, mas os golos de Layún e de André Silva, na marcação de uma grande penalidade, garantiram os três pontos.

Para o terceiro encontro da fase de grupos da prova milionária, Nuno Espirito Santo repetiu o “onze” que triunfou por 4-0 diante do Nacional da Madeira. Casillas regressou à baliza, Layún e Alex Telles atuaram nas laterais, contando com a presença de Felipe e Marcano no eixo central. No meio-campo, Danilo esteve na retaguarda de Herrera, Oliver e Otávio, com o ataque a ser entregue à dupla portuguesa André Silva e Diogo Jota.

Defesa portista em sobressalto

Entrou melhor o campeão belga, a pressionar alto e a impedir a equipa portuguesa de circular a bola na sua linha dianteira. Ainda nem dez minutos se tinham jogado quando Jelle Vossen e o defesa Van Rhijn obrigaram Casillas a intervir.

À segunda oportunidade, o avançado belga não perdoou. Limbombe recebeu na esquerda, ultrapassou Layún em velocidade, cruzou atrasado para um primeiro remate intercetado e, na recarga, Vossen desferiu um remate colocado para o canto superior esquerdo que abriu o marcador.

O FC Porto demorou a reagir, com o adversário a ser uma equipa agressiva e muito solidária defensivamente, e a bloquear as investidas da formação de Nuno Espirito Santo.

A primeira oportunidade para os “azuis e brancos” surgiu apenas aos 25 minutos. Herrera recebeu a bola e, de longe, rematou para uma defesa apertada de Butelle. No seguimento da jogada, após um pontapé de canto, Marcano cabeceou para uma boa intervenção do guardião belga.

O FC Porto crescia no encontro, mas sem conseguir materializar esse ascendente. A jogar com os médios e os avançados muito próximos no corredor central, faltava profundidade nos corredores, obtida apenas pelos seus laterais.

A cinco minutos do descanso, destaque ainda para um remate de Herrera, que por pouco não traiu Butelle.
O resultado adaptava-se às incidências do encontro, com os “azuis e brancos” a alternarem entre períodos de bom futebol e de menor esclarecimento, mas a cometerem falhas na defesa, devidamente aproveitadas pelos belgas.

O segredo estava nos extremos

A abrir a segunda parte, o Brugge voltou a entrar melhor, com Vormer a rematar ao lado do poste esquerdo da baliza de Casillas.

O Club Brugge estava confortável, ao contrário do FC Porto que evidenciava dificuldades em controlar o esférico no setor defensivo. Sem conseguir atacar pelas alas, perto da hora de jogo, Nuno Espirito Santo lançou Brahimi e Corona para os lugares de Herrera e Diogo Jota, alterando o esquema tático para um 4x3x3. Na primeira vez que tocou na bola, o argelino obrigou Butelle a uma boa intervenção.

Cinco minutos volvidos, uma excelente combinação entre André Silva e Otávio por pouco que não deu o segundo golo ao jovem brasileiro nesta edição da Liga dos Campeões.

O aviso estava dado, e na jogada seguinte, Layún capitalizava a melhor fase dos “dragões” no encontro. Num contra-ataque rápido, Otávio descobriu o lateral mexicano, que ainda longe da área, desferiu uma bomba para o fundo das redes de Butelle.

O FC Porto foi pressionando, obrigando a formação de Michel Preud’homme ao erro, com Brahimi e Corona a tentarem desequilibrar nos corredores, mas sem criar grandes oportunidades.

Já com André André em campo, em período de compensação, o árbitro Paolo Tagliavento assinou falta de Claudemir sobre Corona dentro da área do Brugge. Chamado à conversão da grande penalidade, André Silva não falhou, garantindo a primeira vitória para o conjunto azul e branco, num jogo muito complicado e pouco controlado para os “azuis e brancos”, que melhoraram significativamente na segunda metade da partida.

Com este resultado, os “dragões” igualaram o FC Copenhaga com quatro pontos, que perdeu no reduto do Leicester City por 1-0, graças a um golo de Riyad Mahrez. Os ingleses lideram o Grupo G com nove pontos, ao passo que o Brugge é cada vez mais último, com zero.

“A vitória é inteiramente justa”

No final do encontro, o técnico português assumiu que a sua equipa “não entrou da melhor maneira”, mas que o resultado foi merecido.

“Foi uma demonstração de uma equipa que não se rende. Não entramos como pretendíamos, mas o golo sofrido melhorou o nosso jogo. Tivemos uma boa reação, e a vitória é inteiramente justa”.

“É pena perder o jogo no fim”

Michel Preud’homme, que foi expulso por altura do penálti assinalado contra a sua equipa, lamentou o desfecho, mas não deixou de elogiar a atitude dos seus jogadores: “Foi pena perder o jogo, especialmente no fim. Tínhamos um plano para enfrentar o Porto, e os jogadores estiveram muito bem. Tivemos hipóteses para fazer o segundo várias vezes, mas não conseguimos”.

Em último lugar do grupo G, a nove pontos do Leicester, o técnico belga assumiu que as possibilidades de avançar para a fase seguinte são complicadas. “Temos mais três jogos, e ainda que seja complicado, é bom para os jogadores terem mais minutos”.

Noite infeliz para o Sporting

Depois da vitória ante o Légia de Varsóvia, o Sporting perdeu em casa com o Borussia de Dortmund por 2-1. Aubameyang abriu o marcador logo aos dez minutos, antes de Weigl dilatar o resultado pouco antes do intervalo. Bruno César reduziu para os “leões”, que seguem em terceiro lugar do Grupo F com três pontos, a quatro do Real Madrid e dos alemães.

Esta quarta-feira é a vez do Benfica entrar em ação, diante do Dínamo de Kiev, na Ucrânia. Ambas as equipas têm um ponto em dois jogos, à entrada para a terceira jornada do Grupo B, liderado pelo Nápoles com seis pontos.

Ficha de jogo

Competição: Liga dos Campeões (3ª jornada da fase de grupos)
Estádio: Jan Breydelstadion Stadium, Bruges
Golos: Vossen (12’), Layún (68’); André Silva (90+2’)
Cartões amarelos: Layún (41’), Limbombe (43’), Simons (83’)

Equipa de arbitragem
Árbitro: Paolo Tagliavento (Itália)
Árbitros assistentes: Alessandro Costanzo e Filippo Meli

FC Porto
Onze inicial: Casillas, Layún, Felipe, Marcano, Alex Telles; Danilo; Oliver, Herrera Otávio; André Silva, Diogo Jota;
Suplentes utilizados: Brahimi, Corona e André André;
Treinador: Nuno Espirito Santo

Club Brugge KV
Onze inicial: Ludovic Butelle; Ricardo van Rhijn, Benoit Poulain, Stefano Denswill; Vormer, Claudemir, Simons, Vanaken, Pina; Jelle Vossen, Limbombe;
Suplentes utilizados: Felipe Gedoz, Wesley, Bolingoli-Mbombo;
Treinador: Michel Preud’homme

Artigo editado por Filipa Silva