Mais de 500 mil livros de cerca de 150 editoras nacionais e estrangeiras fazem parte da quinta edição da Porto Book Stock Fair, que ocupa o Palácio de Cristal até 13 de novembro. Das 10h00 às 20h00, pode encontrar um pavilhão recheado de livros mas também de outras obras, de pintura, cerâmica ou escultura.

Francisco Madruga |

Francisco Madruga | Foto: Luísa Correia | Inês Henriques

Segundo Francisco Madruga, diretor da Calendário de Letras, organizadora do evento, esta não é mais uma feira: “As feiras do livro são fundamentalmente locais onde se vendem novidades. Neste tipo de eventos, pretende-se exatamente vender fundos editoriais, livros descatalogados, livros de editoras que já não existem”, explicou ao JPN. A isto juntam-se livros novos – como o do jornalista e especialista na história do Porto Germano Silva, autor em destaque este ano, e outros de autores moçambicanos.

Depois de passar pelo antigo Mercado Ferreira Borges e pela Fundação Cupertino de Miranda, a Porto Book Stock Fair mudou-se para o Palácio de Cristal e gostava de ficar por lá. “Não sabemos qual vai ser o futuro, porque os projetos que existem para o Palácio de Cristal podem, eventualmente, inviabilizar a realização destes eventos, onde as pessoas não pagam para entrar”, afirma. “O livro é um produto muito específico. Mas o Palácio de Cristal, como prova a realização da própria feira do livro organizada pela Câmara Municipal do Porto, é um sítio excecional para a realização destes eventos”, conclui.

A editora Calendário de Letras estima que as visitas fiquem entre as 20 e as 25 mil pessoas, mas Francisco Madruga admite que “depende muito do tempo”. “Já temos tido situações em que aqui ao fim de semana não se pode andar e temos situações em que não está cá ninguém. Portanto, isto é sempre muito aleatório”, conta. A hora também condiciona a afluência. “Nesta altura já anoitece mais cedo e as pessoas a circular aqui no Palácio, fora, nos jardins, a partir das 17h00, 18h00 horas da tarde é complicado… São sítios mal iluminados. Por isso, as pessoas têm tendência a já não entrar a partir dessa hora.”

Apesar da crise económica, o valor das vendas “tem-se mantido estável”. “É um bom indicador, porque atendendo a que, ao nível económico, as famílias também têm tido menos disponibilidade, é bom que os números se mantenham. É sinal que as pessoas continuam a ter uma apetência grande para comprar livros e a aproveitar este período para fazer já compras de Natal”, observa. Na feira, há livros para todos os gostos: romance, poesia, ensaio, banda desenhada, culinária, viagens, infantil, juvenil. Os descontos vão até aos 80%.

Pav. Rosa Mota |

Pav. Rosa Mota | Foto: Luísa Correia | Inês Henriques

Quanto ao tema, depois edições dedicadas a Espanha e Brasil, vem Moçambique. A escolha baseia-se, essencialmente, na disponibilidade de apoios. “Esta exposição de pintura, de cerâmica e de escultura que temos aqui no pavilhão só é possível porque o ministro da cultura moçambicano deu o apoio para que os artistas pudessem vir montar a exposição. A quase totalidade deles vive em Lisboa, mas pagaram-lhes a viagem e a estadia para poderem vir cá”, exemplifica Francisco Madruga.

Nos próximos dias da Porto Book Stock Fair, há outras atividades para além da feira e das exposições. O livro “História da Associação Académica de Moçambique”, de Luís Gonzalez e Carlos Lopes Pereira vai ser apresentado no dia 5 de novembro. No mesmo dia, os autores Lúcia Vaz Pedro e Helena Osório vão dar uma sessão de autógrafos.

No dia 12 de novembro há ainda a apresentação dos livros: “Versos que riem”, de João Pedro Messeder e Ana Biscais; e “EcoConto”, de Clara Carrapatoso e Helena Veloso.

Artigo editado por Filipa Silva