Dos 70 trabalhos inscritos na sétima edição do Fraunhofer Portugal Challenge, seis chegaram à final, que aconteceu na última quarta-feira. Os projetos, baseados em teses, foram divididos em duas categorias: Mestrado e Doutoramento, e abordavam temas de diferentes áreas da ciência, como saúde, comunicação, tecnologia e robótica.

A escolha foi feita por um júri constituído por especialistas  nacionais e internacionais, representantes de grandes empresas e instituições universitárias. “O objetivo deste concurso é premiar as ideias que estão a ser desenvolvidas a nível de investigação aplicada em Portugal”, afirma Pedro Almeida, membro da direção do concurso.

Na categoria Mestrado, Pedro Pereira, do Instituto Superior Técnico, ficou em primeiro lugar com a criação de uma interface espacial para manipulação de imagens médicas 3D. “Os benefícios principais são a capacidade de um cirurgião poder, em qualquer altura, interagir com as imagens que podem ser fundamentais para se obter uma informação crítica durante uma cirurgia, sem pôr em risco o ambiente da sala operatória.”

Em segundo, ficou Bernardo Marques, da Universidade de Aveiro, que desenvolveu um sistema que utiliza a realidade aumentada para monitorizar indivíduos com fobias, seguido por Jorge Lima, da Universidade do Porto, que apresentou uma aplicação móvel para a resolução de problemas de passageiros em voos comerciais.

Espaço marítimo controlado por robôs

Na categoria Doutoramento, Miguel Duarte, do Instituto Universitário de Lisboa, venceu o primeiro lugar com o desenvolvimento de uma plataforma robótica capaz de desenvolver tarefas complexas em meio marítimo. O vencedor ficou feliz com o reconhecimento do trabalho e ressaltou a importância deste projeto para um país que possui uma área marítima tão extensa como Portugal: “Não é só redução de custo. Nós hoje nem temos como cobrir uma área tão grande. Isto é uma maneira diferente de abordar esse tipo de missões e nós conseguimos que os robôs, autonomamente, todos os dias, executem a missão programada no território.”

Em seguida ficaram os trabalhos desenvolvidos por Helena Pereira, da Universidade de Coimbra – conjunto de protótipos não-invasivos para detetar e controlar problemas cardiovasculares – e Marco Santos, da Universidade de Aveiro, com um novo modelo de implante para otimizar as cirurgias de substituição da articulação da anca.

O prémio oferecido aos vencedores variou entre mil e 3 mil euros, de acordo com a classificação.

Criado em 2010, o Fraunhofer Portugal Challenge tem crescido a cada ano, o que torna Portugal uma referência neste segmento de trabalhos de investigação. “Todos os anos há mais candidatos o que mostra que essa iniciativa está a ser acarinhada pelos concorrentes. É de facto um grande sucesso e estamos gratos por desenvolver esta iniciativa em Portugal”, declarou Pedro Almeida.

Notícia editada por Filipa Silva