O candidato republicano ganhou a larga maioria dos chamados "estados oscilantes" e garantiu já mais de 270 votos no Colégio Eleitoral, necessários para ser eleito presidente.

Donald Trump vai ser o 45º presidente dos Estados Unidos da América, sucedendo a Barack Obama no cargo. Numa altura em que ainda há votos a serem contados, não restam dúvidas em relação ao vencedor das eleições que tiveram lugar nos EUA esta terça-feira: o candidato do Partido Republicano já conquistou mais do que os 270 grandes eleitores, necessários à indicação como presidente por parte do Colégio Eleitoral norte-americano.

Trump leva para já 276, Hillary Clinton fica-se pelos 218. Em número de votos, o magnata que centrou as atenções desta campanha eleitoral também vai na frente, com mais de 58 milhões dos americanos a expressarem nas urnas as suas preferências pelo candidato republicano.

A vitória de Trump nos chamados estados oscilantes – onde a luta é habitualmente muito renhida entre os republicanos e democratas – foi decisiva para o septuagenário que ganhou na Flórida, no Ohio, no Ioha, na Carolina do Norte e na Pensilvânia.

A estes juntam-se também vitórias em estados tradicionalmente democratas, como o Wisconsin (onde não ganhava um republicano desde 1984) ou o Michigan (este ainda por fechar), territórios de uma cintura mais vasta conhecida como “rust states”, estados em tempos fortemente dominados pela indústria do carvão e do aço, com forte peso da classe trabalhadora.

O domínio de Clinton ficou-se praticamente pela costa oeste e nordeste dos Estados Unidos.

O partido do elefante teve, aliás, uma noite de arromba. Esta terça-feira, os americanos não se limitaram a votar para decidir o próximo inquilino da Casa Branca. Votaram também para o Senado, para a Casa dos Representantes e para os governos estaduais. Em todas estas frentes, o vermelho sobressaiu sobre o azul democrata.

“É tempo de unir”, diz Trump

Donald Trump já discursou perante um grupo de apoiantes em Nova Iorque – ao contrário de Clinton que só deverá fazê-lo hoje. O presidente eleito começou por dizer que já tinha recebido um telefonema da adversária democrata: “Ela deu-nos os parabéns e eu a ela por esta campanha em que a luta foi dura”.

Trump sublinhou ainda que “agora é tempo dos americanos sararem as feridas da divisão” e unirem-se “como um povo”. “Eu asseguro a todos os cidadãos do nosso país que serei presidente de todos os americanos”. A CNN publicou entretanto o texto integral do discurso.

Aos 70 anos, Donald J. Trump, o improvável nomeado do Partido Republicano torna-se no ainda mais improvável presidente eleito dos Estados Unidos aos 70 anos – é o mais velho a ser eleito num primeiro mandato – com base numa campanha polémica, ruidosa e anti-sistema.

Assumirá o cargo para o qual foi eleito a 20 de janeiro do próximo ano. Quanto às políticas que seguirá, as incertezas são grandes. Os mercados deram nota disso mesmo com fortes quedas registadas nas praças europeias e asiáticas, nos mercados de futuros, no petróleo e no dólar. Quedas que parecem ter sido entretanto suavizadas.