Quando terminou o curso, Rui Paixão tinha o sonho de fazer clown na rua. Entretanto, surgiu a oportunidade de fazer uma audição para o Cirque du Soleil. Estavamos em 2015. Foi a oportunidade de “experimentar algo maior do que aquilo que já conhecia e do que alguma vez poderia conhecer”, confessa.

Rui Paixão diz ter tido a sorte de ser selecionado, primeiro num casting através da Internet e depois através de uma audição em Las Vegas. A experiência encheu-lhe o espírito quando percebeu que tinha sido o primeiro palhaço português a ser selecionado. Faz parte da lista de artistas do Cirque du Soleil e, a qualquer momento, pode ser convidado a participar em espetáculos adequados às suas performances e características enquanto palhaço. Continua na expectativa de ser chamado.

Diz nunca ter realizado “audições a sério” antes desta. “Estava à espera de chegar lá e ser recebido de uma forma muito fria, porque é uma companhia de grande dimensão, num registo de ‘Ídolos’.”

A realidade foi outra. Os candidatos foram recebidos à porta pelas pessoas responsáveis pelas audições. O intérprete realça a simpatia e preocupação demonstradas e diz ter aprendido que “não importa a dimensão a que chegas, tem de existir um espírito de humanidade que se mantenha desde o início.” Define este passo no seu percurso como uma “experiência abre-olhos”.

Rui Paixão

Rui Paixão Foto: D.R.

O intérprete fundou o projeto artístico “Cão à Chuva” em 2015, com o qual sonha ir mais longe. Caso o projeto cresça ao ponto de se tornar um Cirque du Soleil português, afirma que nunca será capaz de mostrar uma expressão fria perante um ser humano que está a ser avaliado. Diz que aprendeu com os melhores, porque na audição do Cirque du Soleil sentiu um espírito humano que o “relaxou muito”. Saiu da audição a saber que conseguiu dar o seu melhor e não deu o seu melhor “em estado de nervos”.

O Cirque du Soleil é uma grande companhia artística, que foi fundada no Quebec (Canadá) em 1984. Neste momento, a empresa tem cerca de 5 mil funcionários, incluindo mais de 1.300 artistas de mais de 50 países.

Artigo editado por Filipa Silva