O FC Porto foi eliminado da Taça de Portugal esta sexta-feira, ao perder diante do Desportivo de Chaves na marcação das grandes penalidades (3-2), após se registar um nulo no final de 120 minutos de encontro.
Em Chaves, no primeiro jogo disputado após o empate ante o Benfica, Nuno Espírito Santo promoveu três alterações no “onze” inicial, alinhando com seis portugueses. José Sá rendeu Iker Casillas, André André entrou para o lugar de Oliver Torres, e Silvestre Varela, que não era titular desde a segunda jornada para o campeonato diante do Estoril, alinhou na posição de Jésus Corona.
Começou melhor a equipa da casa, criando a primeira situação de perigo logo aos dez minutos. Paulinho fugiu pelo corredor direito, cruzou para a área onde surgiu William, que, antecipando-se à defesa portista, falhou o cabeceamento para o fundo das redes de José Sá.
Respondeu o FC Porto cinco minutos depois, mas António Filipe segurou com tranquilidade o remate de Varela.
A primeira meia-hora do encontro foi disputada a um ritmo lento, com os “azuis e brancos” a revelarem dificuldades em progredir no terreno de jogo perante uma formação flaviense bem organizada, que por diversas ocasiões avançava sem receios ao último terço do campo portista.
Em três minutos, Otávio rematou por duas ocasiões, ambas a passarem ao lado da baliza do guardião adversário.
Em cima do intervalo, uma boa jogada de Diogo Jota não terminou em golo, já que o pontapé foi desferido em desequilíbrio, sendo amortecida para as mãos de António Filipe.
O resultado adequava-se às incidências do encontro, com a equipa de Jorge Simão a revelar-se bem posicionada e sem dar espaço para a progressão da formação orientada por Nuno Espírito Santo.
Nos instantes iniciais do segundo tempo, o FC Porto começou com mais iniciativa, controlando melhor a bola em comparação com os primeiros 45 minutos. André Silva desferiu um remate rasteiro após uma boa combinação entre Otávio e Varela, mas António Filipe voltou a mostrar-se seguro.
À passagem da hora de jogo, José Sá foi chamado a intervir, parando com facilidade o remate de Braga.
Dois minutos volvidos, André André, com uma boa rotação, desferiu um remate cruzado de fora da área, mas o esférico embateu com estrondo na barra.
Na resposta, José Sá quase comprometeu a eliminatória, ao demorar a repor a bola após um passe fácil de Marcano, perante a oposição de William. Cinco minutos depois, Varela encontrou espaço na zona frontal, com a bola a passar ao lado da trave.
O FC Porto pressionava em busca do golo que garantisse a passagem aos oitavos-de-final, mas faltava-lhe dimensão física na área. Com esta ideia em mente, o técnico portista lançou Depoitre para o lugar de Otávio. Ao minuto 88, um livre de Varela quase traiu António Filipe, com o esférico a passar por toda a gente, mas a sair ao lado.
Já em período de compensação, os “dragões” criaram diversas oportunidades para abrir o marcador, mas a defesa flaviense conseguiu levar a partida a prolongamento.
Com Evandro e Layún a renderem André André e Varela, o retomar da partida começou com um lance polémico: Diogo Jota cruzou sobre a esquerda, com a bola a bater no braço de Freire. João Capela nada assinalou.
Logo de seguida, André Silva obrigou António Filipe a uma boa intervenção, antes de Depoitre atirar por cima na recarga. A fechar a primeira parte do prolongamento, o belga rodou bem sobre o defesa, mas na cara do guardião adversário, atirou por cima.
O Chaves tentava controlar a partida, sempre com muitos jogadores a atuar no processo defensivo, num sinal de que estava à espera das grandes penalidades. O FC Porto tentava quebrar a muralha flaviense, mas os remates saíam quase todos desenquadrados.
Contra a corrente de jogo, aos 115’, Elhouni surgiu na cara de José Sá, mas o líbio atirou contra o guarda-redes portista. A dois minutos do fim, Paulinho quase faz autogolo, mas o resultado não se iria alterar, sendo necessário recorrer aos pontapés da marca de grande penalidade.
Do pontapé dos onze metros, foi mais forte a equipa de Jorge Simão, vencendo por 3-2. José Sá ainda parou o remate de Braga, mas António Filipe defendeu os de Layún, Depoitre e André Silva. Evandro e Alex Telles converteram a favor do Porto.
O FC Porto está fora da Taça de Portugal, ao passo que o Desportivo de Chaves avança para os oitavos de final da competição, juntando-se ao já apurados Sporting, e ao Sporting da Covilhã do segundo escalão.
“Estamos a orgulhar os transmontanos”
No final do encontro, Jorge Simão demonstrou-se orgulhoso da sua equipa, ressalvando que os seus jogadores tiveram um excelente comportamento dentro das quatro linhas.
“Acho que este foi um bom combate. Devo confessar que nem sempre bem jogado, mas com muita emoção, muita entrega e luta dos meus jogadores até ao final. Nos penaltis tivemos sorte. Podemos trabalhar tudo nos treinos, mas sente-se o peso emocional. Fico muito satisfeito, sinto que estamos a construir uma equipa cuja identidade orgulha os transmontanos”.
“Só uma equipa procurou a vitória”
Por outro lado, Nuno Espirito Santo mostrou-se dececionado com a eliminação da Taça de Portugal, um dos objetivos do clube para a temporada.
“Caiu um dos objetivos. Faltou-nos fazer golo, não deixar que o jogo chegasse à sorte dos penaltis. Só uma equipa procurou a vitória. Nós”.
Nas vésperas de um encontro muito importante diante do Copenhaga para a Liga dos Campeões, o técnico garantiu que o jogo não vai deixar marcas para o confronto europeu: “Estamos magoados, revoltados com o que aconteceu. Temos de levantar-nos muito rápido, que terça-feira temos um jogo crucial. Demos um passo atrás no que pretendíamos, mas vamos levantar-nos e continuar a lutar pelos nossos objetivos”.
Ficha de Jogo
Competição: 4ª Eliminatória Taça de Portugal
Estádio: Estádio Municipal Eng. Manuel Branco Teixeira
Cartões amarelos: André André (2’), Braga (35’), Marcano (36’), Freire (57’), Maxi (64’), Evandro (100’), Carlos Ponck (105’)
Árbitro: João Capela
FC Porto
Onze inicial: José Sá, Maxi Pereira, Felipe, Marcano, Alex Telles; Danilo, André André, Otávio; Silvestre Varela, André Silva, Diogo Jota;
Suplentes utlizados: Laurent Depoitre, Evandro e Layún;
Treinador: Nuno Espirito Santo
Desportivo de Chaves
Onze inicial: António Filipe, Paulinho, Carlos Ponck, Freire, Nelson Lenho; Assis, Battaglia, Braga; Perdigão, Willian, Fábio Martins;
Suplentes utilizados: Hamdou Elnouni, Patrão e Felipe Lopes;
Treinador: Jorge Simão
Artigo editado por Filipa Silva