A manhã do segundo dia da Visita de Estado dos Reis de Espanha a Portugal foi passada no polo da Asprela da Universidade do Porto, em Paranhos.
Nas imediações do edifício onde está sediado o polo tecnológico do UPTEC, na Rua Alfredo Allen, imperava o silêncio. Trânsito cortado, mais polícias que pessoas nas ruas. Não se diria que faltavam cinco minutos para chegarem os Reis de Espanha para um momento raro: a visita de um monarca a uma universidade portuguesa.
Ainda antes da caravana espanhola chegar, Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, apontava à necessidade de investimento nas empresas ali incubadas. “Se for espanhol será ótimo”, declarou aos jornalistas.
Como na segunda-feira, o protocolo continua apertado. Aos jornalistas – já se sabia – não é permitido acompanharem a visita no interior dos edifícios. Dos Reis, à chegada, ficam sorrisos, uma paragem para as câmaras, “buenos dias” e, à saída, um “obrigada”.
No interior, Felipe VI e Letízia ouviram o reitor da Universidade do Porto sublinhar a “excelente e importante colaboração” que a Universidade do Porto mantém com instituições espanholas.
“Nos últimos cinco anos, recebemos uma média anual de 45 espanhóis, estudantes de grau ou de pós-graduação, mais de 250 estudantes de mobilidade e temos uma média anual de mais de 200 estudantes portugueses que escolhem Espanha para estudar”, disse o reitor citado pela Agência Lusa.
A isto juntam-se parcerias com 22 universidades do país vizinho. Sobretudo da Galiza, mas não só.
Cinco das empresas ali incubadas tiveram depois direito a um ‘pitch’ de um minuto para explicar aos Reis que produtos ou serviços desenvolvem. Novais Barbosa, antigo Reitor da UP e presidente do UPTEC, disse ao JPN no final da visita, que durou cerca de 40 minutos, que houve tempo para “algumas perguntas”.
Além de informação, os Reis saíram do UPTEC com um presente: “Tivemos a oportunidade de oferecer um violino feito em fibra de carbono. Apreciaram muito”. O instrumento foi desenvolvido pela IDEIA.M, uma das empresas âncora do UPTEC.
A caravana deu meia-volta e andou cerca de 100 metros até à próxima paragem. O destino era agora o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) – um “super-instituto” ali instalado desde novembro de 2015 e onde se desenvolvem mais de uma centena de projetos de investigação.
Mais 40 minutos de visita. À saída mais pessoas à espera dos Reis, a acenar a muitos metros de distância.
“Um dia bonito” para a UP
Ao JPN, o responsável máximo da UP falava de “um dia importante, histórico podemos dizer” para a universidade.
No conjunto, “a mensagem foi da grande dimensão internacional da Universidade do Porto e da imensa qualidade de muitas áreas”. “Tive o cuidado de dizer que iam visitar duas das grandes unidades de qualidade. Escolhemos duas porque tínhamos de limitar, mas a UP tem uma dimensão que foi bem compreendida. É muito importante toda esta projeção”, sublinhou o reitor. “É um dia bonito, um dia bom”, concluiu o Sebastião Feyo de Azevedo.
Da Asprela, os Reis de Espanha seguiram para o Palácio da Bolsa onde almoçaram com empresários portugueses e espanhóis, um almoço oferecido pela Câmara Municipal do Porto. Tanto Felipe VI como Marcelo Rebelo de Sousa frisaram a excelente relação entre os dois países, que esta visita quer promover e mostrar. Os Reis de Espanha seguem esta tarde para Lisboa. Esta quarta-feira, o monarca espanhol discursa na Assembleia da República. A visita termina na Fundação Champalimaud.