Quase uma hora antes do início da cerimónia, duas filas paralelas de fãs do “cosplay” estendiam-se às portas do Auditório B da Exponor. Estamos na Comic Con Portugal. Nas filas, personagens fictícias alternam com pessoas que se mantêm coladas à realidade.

Pelas 17h30 as portas abriram e o auditório encheu-se. No palco, apresentador e júri também se apresentaram vestidos a rigor ounão fosse este um concurso de disfarce, o “Heróis do Cosplay”.

No painél de jurados, Leonor Grácias, responsável pela organização do concurso, era Mario do famoso jogo da Nintendo; Angélia Elfic, vencedora de 2015 do mesmo concurso, interpretava Rengar do jogo “League of Legends”; e, Daniela Oliveira, diretora da única revista de cosplay portuguesa (“Cosplay E-Zine”), representou Yennefer do jogo “Witcher 3”.
O apresentador, Álvaro Veiros, foi naquele espaço de tempo William Wallace, do filme “Braveheart”.

Um a um ou a pares, os concorrentes subiam ao palco. As suas coreografias são acompanhadas, no ecrã gigante, por imagens. Cada movimento, imagem e música remete o espectador para o mundo fantástico ao qual aquele personagem pertence. No fim de cada “skit”, uma onda de gritos e aplausos atinge o palco.

Não faltaram heróis e vilões conhecidos por todos, como Thor, Batman, Joker, Scarlet Witch e Alice do livro de Lewis Carroll. Contudo, das 40 personagens a concurso, apenas nove foram distinguidas.

Leonor Grácias voltou dos bastidores com o nome dos vencedores. Em palco, estavam os 40 participantes que aguardavam ansiosamente pelos resultados. A primeira categoria a ser divulgada foi a de Fato Original. O prémio foi para Raúl Batista, que inspirou o seu fato no mergulhador do filme e livro “21 Mil Léguas Submarinas” de Júlio Verne.

Ao JPN, Raúl Batista confessou-se orgulhoso por ter ganho nesta categoria. Há um ano, fez parte do júri, em 2016 “foi bom voltar ao palco e participar”, disse.

Em Jogos Anime e Manga, Leonardo Ramos Lucas ganhou ao interpretar Dovahkiin do jogo “Skyrim”; Sara Augusto, como Alien Queen da saga “Alien”, recebeu o prémio na categoria de Comics, Séries e Filmes; na categoria Nintendo, o primeiro lugar foi para a dupla Catarina Magalhães e Claúdia Santos como Lisette e Alto do jogo “Stella Glow”; o Melhor Grupo foi o de Sara Oliveira e Sandra “Sally” Costa como as versões femininas de Rengar e Ziggs do jogo “League of Legends”; Joana “L’Aquila” Ferreira escolheu o Capitão Gancho da série americana “Once Upon a Time” e ganhou Melhor Fato.

O prémio mais aguardado de “Melhor do Concurso” foi para Luzia Gomes como Rei Bruxo de Angmar da saga “Senhor dos Anéis”.

De acordo com a jurada e organizadora do concurso, Leonor Grácias, o número de patrocinadores duplicou este ano, o que contribuiu para aumentar o número de prémios e melhorar as condições do espetáculo.

A responsável apontou também para uma evolução relativamente àqueles que competiam. “Todos os anos os cosplayers melhoram e, os que participam pela segunda vez, demonstram uma melhoria nos ‘skits’ e muito menos nervosismo”, declarou Leonor Grácias. “Os participantes começam a perceber o que o público gosta de ver num skit e tentam dar o melhor espetáculo possível”, concluiu.

Para quem pensa participar na próxima edição do “Heróis de Cosplay”, as vagas vão continuar limitadas a 40. Os critérios de seleção pendem-se com a ordem de inscrição. As regras do concurso estipulam que 75% do fato tem que ser feito pelo “cosplayer” e é obrigatória a realização de um “skit” com vídeo ou áudio.

Artigo editado  por Filipa Silva