O Marítimo foi a equipa que derrotou o tricampeão Benfica na jornada 12 do campeonato e o FC Porto vinha avisado para os perigos que os insulares podiam criar. Mas no Estádio do Dragão, esta quinta-feira, a história não beneficiou os madeirenses que acabaram derrotados por 2-1, em jogo antecipado da 15ª jornada da Liga NOS.

Foi, contudo, preciso esperar até perto do descanso para ver Brahimi inaugurar o marcador. Com mais uma assistência para golo, o argelino fez a sua melhor exibição da temporada, voltando à forma que primeiro arregalou os olhos dos adeptos portistas. Quem também esteve bem foi Danilo, que varreu tudo o que passava pela sua zona de ação.

No segundo tempo, quando André Silva fez o segundo do Porto, houve espaço para pensar que talvez as coisas estivessem resolvidas, mas Djousse dificultou a vida ao adversário, adicionando mais incerteza ao marcador com um golo a cinco minutos do fim. O resultado parece transparecer um jogo equilibrado, mas só nos últimos cinco minutos é que o FC Porto sentiu um maior aperto por parte dos insulares.

Um Brahimi renascido

Foi um FC Porto mandão aquele que encostou o Marítimo à sua área nos primeiros momentos do jogo. Os laterais Maxi e Alex Telles subiam no terreno, deixando Felipe e Marcano situados no meio-campo a fazer companhia a Danilo.

O ataque dos “dragões” passava muito pelas alas. Os atacantes André Silva e Diogo Jota faziam diagonais com Corona e Brahimi, tentando desconcentrar a defesa do Marítimo, mas Maurício e Rui Silva eram rápidos a reagir.

Os visitantes raramente conseguiam manter posse de bola durante muito tempo e não avançavam para lá o meio-campo com a bola em seu poder. O Porto obrigava o Marítimo a pensar rápido, mas os insulares erravam nas decisões.

A meio da primeira parte, um par de oportunidade para os portistas. Primeiro, boa jogada individual de Corona, a passar por três jogadores do Marítimo, a bola a sobrar para Jota que remata contra os defesas. Três minutos depois, Óliver passa para Brahimi, que à entrada da área remata à figura de Gottardi.

À passagem da meia hora, no período em que a chuva carregava e arrefecia o jogo no Dragão, o Marítimo aproximava-se da área portista com outro critério. Mas a primeira parte acabou da melhor maneira para o FC Porto e para Brahimi. Aos 45 minutos, Corona serviu Diogo Jota à entrada da área maritimista, mas o remate do avançado esbarrou na defesa. A bola sobrou para Brahimi que contornou o adversário e levou a bola até perto da linha de fundo. Mesmo com o ângulo reduzido Brahimi fez a bola passar sobre Gottardi.  Estava feito o primeiro golo da partida.

Parecia fácil

A segunda metade do jogo começou com o FC Porto a ter a mesma atitude. Os insulares foram remetidos para a sua área e quando tentavam atacar, faziam-no com recurso a bolas longas que Felipe era rápido a despachar.

Ao minuto 67, chega o segundo da partida. Bem posicionado dentro da área, André Silva é assistido por Brahimi para rematar cruzado para o fundo das redes, fazendo assim o 2-0.

O resultado parecia ditar um jogo fácil para o Porto, mas o Marítimo ia ficando mais perigoso. O que impediu estragos de maior expressão na defesa portista foi um senhor Danilo, que cortava rapidamente as bolas e rodava sobre os seus adversários para avançar no campo.

A seis minutos da compensação, Corona corre até à linha de fundo, consegue afastar o defesa e passar para Diogo Jota que, isolado no meio da área, remata à figura de Gottardi. Um minuto depois, o suplente utilizado Djousse remata fora da área para o único golo do Marítimo na partida, sem hipóteses para Casillas. Estava quebrada a série de sete jogos sem sofrer golos dos “dragões”.

Antes do jogo começar, o onze inicial da equipa da casa foi anunciado à moda dos créditos iniciais da saga “Star Wars”, e é caso para dizer que o que se passou nos instantes finais foi uma espécie de “Império Contra-Ataca”. Depois da redução da desvantagem, a partida acabou com os insulares a procurarem o golo do empate e a criarem desconforto perto da área dos “dragões”.

“Adversários preocupam-se em contrariar o nosso jogo”

O FC Porto está a passar um bom momento de forma, com 11 golos nos últimos três jogos e Nuno Espírito Santo revela o porquê: “A chave é manter a persistência, consolidar a ideia que temos desde o primeiro dia”.

O treinador portista comentou a prestação do Marítimo, e fez uma comparação com os recentes adversários dos “dragões”. “O que verificamos é que os nossos adversários preocupam-se mais em contrariar o nosso jogo do que em organizar o deles”, afirmou Nuno.

Apesar de ter sofrido um golo, a defesa do Porto esteve bem no jogo, mas como explica Nuno este momento “não passa só pela linha de quatro [defesas]”.

“Fizemos um jogo razoável +”

Mesmo tendo perdido o jogo, Daniel Ramos ficou satisfeito com a sua equipa “em termos defensivos”. “Precisávamos de defender bem e explorar os nossos momentos e procurar situações de profundidade”, diz o treinador dos insulares.

“Fizemos um jogo razoável mais, a roçar o bom”, afirmou o técnico, que considera que depois de ter sofrido o primeiro golo pouco antes do intervalo, a sua equipa foi “mais subida no terreno”, conseguindo chegar ao golo.

O Porto teve mais oportunidade para marcar, mas o Marítimo conseguiu limitar os anfitriões a dois golos. “O grande mérito foi nosso pela maneira como defendemos, como acreditamos até ao fim”, concluiu Daniel Ramos.

Ficha de Jogo
Competição: Liga NOS (15ª jornada antecipada)
Estádio: Estádio do Dragão
Golos: Yacine Brahimi (45’), André Silva (67’) e Donald Djousse (85’)
Cartões amarelos: António Xavier (16’), Eber Bessa (20’), Maxi Pereira (59’), Edgar Costa (61’), Ghazaryan (66’) e Erdem Sen (91’)

Equipa de arbitragem
Árbitro: Bruno Esteves
Árbitros assistentes: Rui Teixeira e Rodrigo Pereira
Quarto árbitro: António Nobre

FC Porto
Onze inicial: Iker Casillas; Máxi Pereira, Felipe, Iván Marcano (cap.), Alex Telles; Danilo Pereira; Jesús Corona, Óliver Torres, Yacine Brahimi; André Silva, Diogo Jota
Suplentes utilizados: Hector Herrera, João Carlos Teixeira e Rúben Neves
Treinador: Nuno Espírito Santo

CS Marítimo
Onze inicial: Gottardi; Patrick, Maurício António, Raúl Silva, Deyvison; Fransérgio (cap.), Erdem Sen, Eber Bessa; Edgar Costa, António Xavier, Ghazaryan
Suplentes utlizados: Samuel Santos, Donald Djousse e Jean Cleber
Treinador: Daniel Ramos

Artigo editado por Filipa Silva