Um castigo máximo de Fábio Espinho permitiu ao Boavista vencer o Vitória de Setúbal, este domingo, no Estádio do Bessa, numa partida a contar para a ronda 16 da Liga. Resultado justo para aquilo que ambas as equipas apresentaram. Primeira vitória de Miguel Leal no Bessa e continuação das dificuldades dos sadinos em conseguir bons resultados fora de portas esta época.
O Boavista foi superior na primeira parte e chegou à vantagem através de grande penalidade. Na segunda parte, os visitantes pressionaram e criaram oportunidades de golo, quase sempre com um desfecho indesejado dos lances.
Para a receção aos sadinos, Miguel Leal realizou apenas uma alteração em relação à última partida – entrada de Fábio Espinho para o lugar de Makhmudov. Por sua vez, José Couceiro respeitou a máxima “em equipa que ganha não se mexe” e repetiu o onze que havia vencido o Sporting a meio da semana para a Taça da Liga.
Espinho nas aspirações setubelenses
O Boavista entrou no jogo “mandão”, empurrando o Vitória para o seu meio-campo defensivo. Um futebol rápido, com combinações entre o trio de ataque e Fábio Espinho, fizeram abalar a defensiva de Setúbal. Inicialmente, Fábio Espinho, após assistência de Iuri Medeiros, teve oportunidade de abrir o marcador, mas foi ineficaz.
A partir daí, o jogo acalmou, com demasiadas paragens e sem lances de perigo para ambas as balizas. Já à entrada do último quarto de hora da primeira metade, o jogo voltou a mudar: Schembri, lançado por Fábio Espinho, é derrubado dentro de área, apontando o árbitro para a marca de penálti. Nos onze metros, Espinho não perdoou e atirou a contar.
Vantagem meritória da equipa da casa, perante um conjunto do Vitória que se mostrou muito apático e fatigado nos primeiros quarenta e cinco minutos, talvez devido ao desgaste do jogo a meio da semana para a Taça CTT. A equipa de Miguel Leal baixou as linhas e permitiu que os sadinos assumissem as despesas do jogo. No entanto, a formação orientada por José Couceiro, à exceção de um remate de fora de área por Costinha, mostrou-se incapaz de criar perigo.
Boa segunda parte sadina, mas sem eficácia
Na etapa complementar, a equipa de Couceiro entrou decidida a inverter o rumo dos acontecimentos. Empurrou o Boavista para o seu meio-campo e aproximou-se mais da baliza à guarda de Agayev. João Amaral teve nos pés a primeira ocasião clara de perigo, mas o extremo atrapalhou-se e permitiu o corte a Philipe.
Logo a seguir, os visitados, gavalnizados pelo apoio do seu público, criaram oportunidades de golo seguidas: Iuri Medeiros por duas vezes podia ter ampliado a vantagem, mas Bruno Varela e também algum desacerto na hora de finalizar, impediram que tal acontecesse.
Como soluções, José Couceiro lançou Zé Manuel e Thiago Santana. Curiosamente, o avançado brasileiro teve nos pés a derradeira oportunidade de fazer com que os sadinos saíssem do Bessa com um ponto amealhado, mas o remate acabou por sair desenquadrado, já perto do final da partida.
Foi o último suspiro de perigo que houve dentro das quatro linhas.
Com esta vitória pela margem mínima, o Boavista soma 20 pontos, ultrapassando, na classificação, o oponente deste domingo. Esta foi a primeira vitória de Miguel Leal em casa, desde que é treinador do Boavista, bem como a primeira vez que os axadrezados somam duas vitórias seguidas no campeonato.
Os panteras já não ganhavam em casa desde outubro. Já os sadinos continuam a “esbarrar” com o registo histórico quando visitam o Bessa: a última vitória na condição de visitante frente aos boavisteiros foi em 1989-1990.
“Mostrámos que a pantera está viva”
Após o jogo, Miguel Leal, em declarações na sala de imprensa, disse que foi uma vitória justa “contra uma boa equipa bem orientada, o que valoriza a vitória”. Admitiu que a sua primeira vitória em casa “é sinal que a pantera está viva”.
O Boavista terá agora uma visita à Luz, onde defronta o atual líder do campeonato, o Benfica, afirmando o treinador que a equipa vai jogar da mesma forma: “A nossa forma de jogar é a mesma independentemente do adversário, mas como é óbvio, as vitórias dão confiança”.
“Oferecemos um período ao adversário”
José Couceiro, treinador do Vitória de Setúbal, disse que a equipa não entrou bem no jogo. “Cometemos erros, oferecemos um período e um golo ao adversário. Penso que na segunda parte estivemos melhor e podíamos ter chegado ao empate. Se isso tivesse acontecido, teria sido mais justo”.
Questionado se o jogo a meio da semana teria tido impacto no rendimento da equipa, o treinador afirmou que “tem sempre alguma influência uma equipa jogar a meio da semana e a outra não”, mas também admitiu “demérito” da sua equipa: “Temos capacidade para fazer mais e essa responsabilidade é nossa”.
Ficha de jogo
Competição: Liga NOS (16ª jornada)
Estádio: Estádio do Bessa XXI, Porto
Árbitro: João Mendes (AF Santarém)
Golos: Fábio Espinho (27′)
Cartões Amarelos: Vasco Fernandes (26´), André Schembri (44´), Frederico Venâncio (49´), Renato Santos (54´), Mikel Agu (59´), Arnold (77´) e Fábio Espinho (79´).
Boavista FC
Onze inicial: Agayev; Edu Machado, Lucas, Philipe Sampaio, Talocha; Idris (C), Fábio Espinho, Anderson Carvalho, Renato Santos, Iuri Medeiros; André Schembri
Suplentes utilizados: Carlos Santos, Carraça e André Bukia
Treinador: Miguel Leal
Vitória FC
Onze inicial: Bruno Varela; Frederico Venâncio (C), Fábio Cardoso, Vasco Fernandes, Nuno Pinto; Costinha, Mikel Agu, Vasco Costa; João Amaral, Nuno Santos, Edinho
Suplentes utilizados: Arnold, Zé Manuel e Thiago Santana
Treinador: José Couceiro
Artigo editado por Filipa Silva